Falta de opção, alta no desemprego, oportunidades escassas e forte concorrência entre os candidatos. Fatores como estes são os responsáveis por desempregados optarem por vagas fora de suas áreas de atuação, com exigências e salários menores.
Dono de restaurante que virou garçom e advogado que hoje é vendedor. Histórias assim surgiram com o aumento no desemprego, que segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta quinta-feira (25), subiu para 7,6% em Janeiro, em seis principais regiões metropolitanas do país.
Os cortes atingiram não só os que não possuem qualificação, mas também profissionais mais escolarizados, que passaram a entrar na disputa. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, somente no ano passado, foram fechados 115 mil postos para pessoas com ensino superior completo e incompleto.
SEM OPÇÃO
De acordo com a analista de recursos humanos da empresa Fator RH, Andreia Nunes, 60% das contratações realizadas no mês de Fevereiro foram de pessoas que aceitaram posições e salários mais baixos do que possuem anteriormente.
A incansável corrida pelas vagas pode ter sido causada pelas mudanças na regras do seguro-desemprego, já que agora, é necessário trabalhar por pelo menos um ano para ter direito ao benefício.
EMPRESAS NO LUCRO
Mas, o grande beneficiado com o aumento da concorrência entre os candidatos têm sido as empresas, que atualmente podem optar por pagar menos e escolher profissionais com o melhor currículo.
O cenário mudou e o argumento de o profissional é qualificado demais para um posto de trabalho já não vale mais, assim como a pretensão salarial, antes nas mãos dos candidatos, hoje está sobre o poder das empresas que fez diminuir os salários de admissão.
Cálculos realizados pelo professor da FEA-USP e especialista em relações de trabalho, Wilson Amorim mostram que a diferença entre os pagamentos de demitidos e contratados cresceu em 2015.
Em Dezembro do ano passado, os recém-contratados ganhavam, em média, 15% a menos do que os desligados da empresa. Em Janeiro do mesmo ano, a diferença era de apenas 5%. Ou seja, o método utilizado por muitas empresas brasileiras tem sido demitir
(Fonte:DOL)