Mais da metade dos presos homens voltou a cometer crimes.

A ressocialização de ex-presos é o principal pilar para a redução dos índices de violência, já que é uma das formas de minimizar as chances de um egresso do sistema prisional, ou alguém respondendo a um processo criminal em liberdade, voltar a cometer um crime. Dados da Superintendência do Sistema Prisional do Estado do Pará (Susipe) apontam que 58% da população carcerária masculina; 40% da população carcerária feminina; e 26% da população carcerária LGBTTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transgêneros e Intersexuais) é reincidente, mas esses números representam, basicamente, quem não conseguiu uma segunda chance para mudar de vida. Com um total de 13.897 presos (em 17 de março de 2016), há 2.769 pessoas em projetos de reinserção social e 16% estudando, com uma meta de chegar a 25%.

A Susipe possui um banco de dados com 621 egressos sendo acompanhados. Com base nesse acompanhamento, 434 (70%) estão sem alguma atividade, seja trabalho ou estudo. Desses, 68% voltaram a cometer um crime. Os demais 187 estão trabalhando (alguns estudando também) e a reincidência, nesse público, cai para 1,7%. Esses números fazem o órgão investir o máximo que pode em recursos financeiros e humanos para buscar a reinserção social dos egressos ou dos presos em regime semiaberto (que inclui os presos sendo monitorados eletronicamente e em prisão domiciliar).

No regime semiaberto, no qual há liberdade para trabalhar ou estudar, mediante autorização, existem, atualmente, 26 convênios com empresas privadas e órgãos públicos com 500 vagas ao todo. Somente a Prefeitura de Belém emprega 140 pessoas, um dos maiores convênios, seguido da Tramontina (40 vagas), Vimex (13 vagas, mas com apenas onze preenchidas atualmente) e Computer Store (12 vagas). “Já ouvimos várias vezes, de diferentes pessoas, que a produtividade de trabalhador custodiado chega a ser três vezes maior que a de um trabalhador comum”, diz o diretor de Reinserção Social da Susipe, Ivaldo José Capeloni, que também é conselheiro titular do Conselho Estadual de Direitos Humanos. Na Vimex, por sinal, um preso, após cumprir a pena, acabou sendo contratado devido o bom desempenho. Outro projeto é o digitalização de processos no Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA). Em breve, outro convênio será com a Fundação Cultural do Pará (FCP), para digitalização do acervo do Centur.