Ananindeua e Santarém aparecem no final do ranking de saneamento básico elaborado pelo Instituto Trata Brasil

Os municípios de Ananindeua e Santarém estão entre as 10 cidades com pior indicador de água tratada do Brasil. O ranking foi divulgado pelo Instituto Trata Brasil nesta terça-feira (22). A data da divulgação coincide com o Dia Mundial da Água. O ranking é organizado com base em dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento Básico.

Só 26,89% dos quase 500 mil habitantes de Ananindeua têm acesso a saneamento básico e água tratada. Em Santarém, o percentual sobe para 45,34%, mas ainda assim a cidade figura entre os 10 municípios com pior indicador. A pesquisa de 2016 é baseada em dados colhidos no ano de 2014, quando os 100 maiores municípios brasileiros investiram quase R$ 6 bilhões dos R$ 12 bilhões gastos em saneamento no país. 

O estudo concluiu ainda que mais de 35 milhões de brasileiros continuam sem acesso aos serviços de água tratada e metade da população não tem colega de esgoto. O país tem apenas 40% dos esgoto tratado. 

O coordenador do estudo, Édison Carlos diz que além de o avanço em saneamento básico no país ser lento, o processo é concentrado. 'Estamos separando o Brasil em 'ilhas' de Estados cidades que caminham para a universalização da água e esgotos, enquanto que uma grande parte do Brasil simplesmente não avança. Continuamos à mercê das doenças', disse.

A pesquisa avalia também o serviço de coleta de esgosto. Neste item Santarém e Ananindeua aparecem em último, com 0%, indicando que as duas cidades não fazem a coleta. Dos outros municípios avaliados, 42% informaram que mais de 80% da população possui o serviço. Apenas Franca (SP) e Belo Horizonte (MG) prestam o servoço de forma plena. 

O tratamento de esgotos com relação ao volume de água consumida nos 100 municípios estudados é o pior indicador, e Santarém segue entre os piores, com zero de tratamento. Apenas 19 municípios tratam mais de 80% dos seus esgotos. Entre as 100 cidades avaliadas, o estudo mostra que Santarém está em 96º no ranking geral de saneamento básico, ou seja, entre as 10 últimas piores.

Fonte: ORM