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Casos de H1N1 se multiplicam por doze no Pará
09/06/2016 09:56 em Notícias

O número de casos da gripe H1N1 aumentou mais de 12 vezes, no Pará, nos primeiros cinco meses deste ano, em comparação ao ano de 2015. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa Pará), entre 1º de janeiro e 25 de maio deste ano, já foram notificados 507 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), dos quais 148 foram confirmados para Influenza A – 91 dos quais somente em Belém. Em 2015, foram 186 casos notificados de SRAG e, destes, apenas doze casos provocados por Influenza-H1N1. No ano passado, o Estado registrou 19 mortes, tendo como causa básica a SRAG e somente uma por Influenza-H1N1. Este ano, já são 16 mortes por H1N1.

Diretora do Departamento de Epidemiologia da Sespa, Socorro Mota explica que as 16 mortes confirmadas por H1N1 no Pará, este ano, foram de pessoas com comorbidades (pacientes que apresentam a associação de pelo menos duas patologias ao mesmo tempo, a exemplo de hipertensão e diabetes), ou pertencentes ao grupo de risco, definido pelo Ministério da Saúde, a exemplo de pacientes com diabetes, doenças cardiovasculares, neoplasias e doenças respiratórias crônicas, entre outras.

Os óbitos ocorreram em residentes dos seguintes municípios: Belém (9), Novo Progresso (2 indígenas), Abaetetuba (1), Marituba (1), Limoeiro do Ajuru (1), Ponta de Pedras (1) e São Miguel do Guamá (1). No caso de Novo Progresso foram crianças indígenas menores de dois anos, com situação vacinal ignorada, ambos residentes em aldeias localizadas nas proximidades do município.  

A Sespa, garantiu Socorro Mota, adota um trabalho diferenciado na rotina do Departamento de Epidemiologia para cobrir, além dos grupos de risco, as pessoas que convivem com os grupos de risco. “Estamos investigando e vacinando os cuidadores de idosos e crianças, além de familiares próximos a grupos de risco’’, disse. Ela enfatizou ainda que a resistência de cada pessoa à infecção do vírus H1N1 está diretamente associada à alimentação adequada e à qualidade de vida. “Se a pessoa não tem cormobidades e se alimenta adequadamente, tende a desenvolver uma síndrome gripal sem agravamentos’’.

“A gripe é normal, sobretudo nesta época, em que nosso clima está mudando o tempo todo, entre chuva forte e muito sol. Eu posso ter uma gripe e não adquirir o H1N1, nem H2, H3, pneumovirus (vírus que provocam doenças pneumáticas) e o rinovírus (provocam rinites etc)’’, garantiu Socorro Mota. No entanto, o H1N1 é o vírus mais temido, porque ele nunca incide sozinho, em geral, ele infecta o indivíduo associado com os vírus, já citados, ou mesmo com outros não especificados.

O primeiro passo para prevenir a infecção com o H1N1 é a vacinação, o segundo é o rápido diagnóstico e o tratamento com o antiviral Tamiflu. “A H1N1 evolui rápido. Em geral em 24 horas. Então, se você apresenta uma tosse seca pela manhã e à noite ela já está produtiva, tem febre alta e dificuldade para respirar e dor na garganta, não espere em casa, nem tome remedinho de farmácia, corra para uma unidade de saúde’’, alertou Socorro Mota.  

A Sespa faz questão de ressaltar que os casos suspeitos de SRAG são notificados primeiramente pelas secretarias municipais de Saúde, para depois serem comunicados à Secretaria. Isso inclui os casos atendidos por clínicas e hospitais que atendem a pacientes com planos de saúde.

De acordo com a Secretaria, no Pará, a campanha nacional de vacinação contra a gripe atingiu 80% de sua meta - 86,6%, segundo o Ministério da Saúde. Mas ela está preocupada com a cobertura vacinal de crianças, sobretudo no interior do Estado. A campanha é destinada a alguns grupos prioritários: crianças de 6 meses a 5 anos, gestantes, mulheres que deram à luz há menos de 45 dias, idosos, profissionais da saúde, povos indígenas e pessoas com doenças crônicas e outras que comprometam a imunidade.

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