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Suspeito de assassinar líder sindicalista morre em troca de tiros com PM
14/10/2018 01:31 em Notícias

 

Na manhã de ontém (13), foi deflagrada uma operação policial no distrito de Castelo dos Sonhos, distante 970 quilômetros de Altamira, para dar cumprimento a cinco mandados de prisão temporária e outros cinco de busca e apreensão, todos relacionados às investigações do homicídio do líder sindical Aluísio Sampaio dos Santos, conhecido como "Alenquer", ocorrido na quinta-feira (11). A operação contou com o trabalho integrado das Polícias Civil e Militar, da 15ª Região Integrada de Segurança Pública e Defesa Social (RISP) - Superintendência Regional do Tapajós.

A ação policial teve início por volta das 6 horas. Durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão na Fazenda Mutuacá, um homem identificado como Márcio José Nunes de Siqueira, conhecido como "Polaco" ou "Polaquinho", juntamente com o irmão dele, Vanderley Nunes de Siqueira, o "Vando", dispararam contra os policiais, que revidaram. Márcio José foi baleado e acabou morrendo no local. Já "Vando" se evadiu para o mato e não foi localizado.

Ainda durante a operação, foi preso temporariamente o empresário Júlio César Del Magro, suspeito de ter sido o mandante do assassinato de Aluísio dos Santos. Segundo a Polícia Civil, as investigações continuarão para elucidação completa dos fato.

Aluísio Sampaio foi morto a tiros na tarde da última quinta-feira (11) dentro da própria residência, onde também funciona a sede do Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Familiar (Sintraff) de Castelo dos Sonhos. Segundo informações preliminares, três homens estariam diretamente envolvidos na execução. Um deles - João Paulo Ferrari, de 34 anos - foi preso no mesmo dia do crime e os outros estão sendo procurados pela polícia.

No boletim de ocorrência registrado na Unidade Integrada Pro Paz (UIPP) de Castelo dos Sonhos, Francisco de Jesus da Silva, secretário da juventude do Sintraff, relatou que dois homens chegaram à sede do Sintraff perguntando sobre a venda de lotes de terra. Antes que Aluísio pudesse responder, os acusados dispararam diversos tiros à queima-roupa, todos à altura da cabeça.

A organização coordenada por Aluísio em Castelo dos Sonhos é formada por posseiros que há anos ocupam uma área objeto de disputa com grileiros da região. Ele mesmo vinha sendo ameaçado, como denunciou em vídeo publicado no Youtube, em janeiro de 2017, em que acusava três pessoas de conspirarem para matá-lo. "Eles podem me matar a qualquer instante, mas vão se arrepender pro resto da vida dele porque, me matando, vêm outros", diz na gravação.

Alenquer atuou como sindicalista há mais de 30 anos e, na entidade, ocupou cargos de diretoria da empresa pela terra. Mas era uma esposa, Sara, que ocupava o cargo de presidente do Sintraff. No último dia 10, em reunião, o Sintraff tratou do remanejamento de um grupo de posseiros para o Assentamento Dois Irmãolenquer atuava como sindicalista há mais de 30 anos e, na entidade, ocupava o cargo de diretor secretário da luta pela terra. Mas era a esposa, Sara, que ocupava o cargo de presidente do Sintraff. No último dia 10, em reunião, o Sintraff havia tratado do remanejamento de um grupo de posseiros para o Assentamento Dois Irmãos.

DEPOIMENTO

Em depoimento, João Paulo Ferrari confessou que foi contratado para dirigir o carro em que estavam os dois executores do crime. Ele relatou que um dos acusados tem o prenome "Fernando" e que o outro era um desconhecido. Questionado sobre quem seria o mandante do crime, João Paulo contou que os atiradores comentaram dentro do veículo que o "acerto de contas" era referente a uma dívida que a vítima tinha com terceiros, conhecidos como "Polaco" e Pablo. O acusado disse ainda que os envolvidos receberiam R$ 25 mil como pagamento pelo crime. Ele próprio já tinha recebido R$ 1,5 mil e que receberia mais R$ 1,5 mil quando chegasse ao município de Novo Progresso. O homem identificado como Márcio José Nunes de Siqueira, de apelido "Polaco", morreu em troca de tiros com a polícia na manhã deste sábado.

Ainda no depoimento, João Paulo disse que os dois executores estavam armados, mas que ele não tinha presenciado o crime - apenas ouviu os disparos - então não sabia dizer se os dois ou apenas um dos dos homens havia atirado contra a vítima. Ainda segundo o preso, os homens fugiram para o mato após o crime. João disse ainda que recebeu a primeira parte do pagamento (R$ 1,5 mil) das mãos de Fernando, quando estavam em Guarantã do Norte (município de Mato Grosso) e que seria ele também quem pagaria o restante do acordado, em Novo Progresso. O preso não soube responder quem pagaria o dinheiro prometido aos dois executores.

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