A Polícia Federal de Marabá, sudeste paraense, realiza uma operação em quatro municípios paraenses nesta terça-feira (14) para desarticular uma quadrilha que praticava fraudes em licitações públicas em Marabá e Parauapebas. Os agentes cumprem cinco mandados de prisões preventivas, três mandados de prisões temporárias e nove conduções coercitivas, quando a pessoa é obrigada a comparecer à PF e prestar declarações. Também estão sendo cumpridos 35 mandados de busca e apreensão de documentos em empresas, cartórios, órgãos públicos e secretarias municipais. Os mandados estão sendo cumpridos em Belém, Marabá, Parauapebas e Xinguara.
Segundo a Polícia Federal, os suspeitos fazem parte de um consórcio criminoso formado por empresários e servidores públicos montado para a prática de fraudes em licitações públicas nas cidades de Marabá e Parauapebas. Eles desviavam recursos do SUS (Sistema Único de Saúde) na compra de gase. As investigações apontam que, em três anos, os acusados faturaram mais de R$ 30 milhões. Entre os bens apreendidos na operação estão carros de luxo, aviões, helicópteros e até uma lancha.
Os policiais federais descobriram que os suspeitos fraudavam as licitações, direcionando as exigências do edital para favorecer apenas uma das empresas participantes do esquema criminoso. Após a vitória de uma delas, as 'perdedoras' eram subcontratadas pela empresa vencedora de maneira que todas, ao final do processo, estivessem dentro do esquema. A quadrilha conseguiu fraudar cinco licitações, sendo duas em Parauapebas e três em Marabá, em um esquema que começou em 2013. Os suspeitos também criaram empresas de fachada, algumas registradas em nome de 'laranjas', a fim de dificultar o rastreamento dos reais proprietários.
Os acusados vão responder pelos crimes de estelionato, associação criminosa, corrupção ativa e passiva, agiotagem - funcionamento irregular de instituição financeira, falsificação de documentos públicos, falsidade ideológica, fraudes em procedimentos licitatórios, dentre outros. Se condenados, os suspeitos podem pegar penas que ultrapassam 30 anos de prisão.