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Programa Bolsa Atleta beneficia 77 paraenses
18/11/2018 09:25 em Notícias

Incentivo cobre modalidades olímpicas, paralímpicas e amadoras

Programa Bolsa Atleta, da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel), criado pelo Governo do Pará em março de 2008, como forma de estimular o desenvolvimento físico, social e psicológico de desportistas que representam o Estado em competições locais, nacionais ou internacionais, vem fazendo a diferença na vida de atletas paraenses desde sua criação. Neste ano, 77 atletas de modalidades olímpicas, paralímpicas e amadoras serão beneficiados. Os recursos serão repassados durante 12 meses aos 28 contemplados na categoria nacional – bolsa de R$ 1.018,67, e 49 na estadual – bolsa de R$ 679,12. "A transparência com que o edital é posto proporciona e reforça o compromisso de investimento nos nossos esportistas, para que eles continuem crescendo em suas respectivas modalidades.

É importante frisar que o programa é mais um auxílio para que os paraenses consigam trazer resultados cada vez melhores e chegar ao lugar mais alto do pódio", ressalta Cláudia Moura, titular da Seel.O projeto auxilia pessoas como Andreza dos Remédios, 21 anos, atleta de natação da Tuna Luso Brasileira, contemplada no último edital do Programa. “Para ser a melhor, tem que fazer o que os outros não fazem”. Desde os 14 anos, Andreza recebe ajuda de custo do governo do Estado para competições nacionais, e acredita que o incentivo é fundamental para viabilizar as viagens aos locais de disputa de títulos (nacionais e internacionais) e também para a compra de equipamentos.

O recurso foi essencial para garantir a participação no Brasileiro de 2015, realizado em Santa Catarina. “A bolsa ainda não tinha caído e eu não tinha condições de pagar a viagem. Só a passagem era R$ 1.800,00. Precisava da competição até para a bolsa do ano seguinte. Aí, na véspera, caíram dois meses. Eu comprei a passagem na quarta à tarde, viajei quinta de madrugada, porque a competição era nesse dia, e consegui trazer o ouro na prova dos 100 metros borboleta”, conta a campeã.Andreza começou a nadar aos 9 anos e mantém uma rotina de treinamento de segunda a sábado. Às terças e quintas o treino é dobrado, pela manhã e à tarde.

Em 12 anos de trajetória esportiva, ela já acumula algumas premiações importantes na prova dos 100 metros borboleta, sua melhor performance. Já são duas medalhas de ouro, seis de prata e 12 de bronze no Campeonato Brasileiro; uma de bronze no Sul-Americano realizado no Peru, e ouro em todas as competições Norte-Nordeste.

“Minha mãe me colocou porque não me aguentava mais em casa, dizia que eu tinha que gastar energia”, brinca, lembrando que o primeiro campeonato foi o Brasileiro, com 13 anos. Fiquei em 3º lugar, mas foi o que me levou a receber a primeira bolsa, aos 14. Fui chamada para a Seleção Brasileira cinco vezes, também pelo Corinthians e pelo Tênis Clube, mas devido às nossas condições acabei ficando em Belém mesmo”.Andreza dos Remédios diz que a natação a ensinou a ter disciplina e organização, por isso considera o esporte a base de tudo na sua vida.

Atualmente, ela cursa o 6º semestre de Educação Física e, quando se formar, pretente ajudar a treinar sua equipe e outros atletas com dificuldade para bancar um acompanhamento físico. “Quero ajudar, quero contribuir para a formação desses atletas. Nós só nadamos, não temos treinamento de fora, é difícil. Não tem como viver só do esporte. Então, quero ajudar”, afirma.

 

 

Atletas do interiorRafael Correa começou no surf aos 12 anos, como uma brincadeira com os primos. Mas a seriedade com o esporte veio quando se mudou para o município de Salinópolis, no nordeste paraense, para morar com o pai. Hoje, aos 28 anos, foi contemplado pela segunda vez com o Bolsa Atleta. Assim como Andreza, ele destaca a importância do incentivo financeiro para se preparar melhor e alçar voos mais altos.

“Os equipamentos são muito caros. Eu surfo com uma prancha média, de R$ 800,00, e uso pelo menos umas 12 pranchas ao ano. Então, a bolsa ajuda bastante nisso. Tenho que ter um equipamento bom, leve, para poder treinar e estar evoluindo sempre”, complementa Rafael, que ajuda o pai no restaurante como garçom, para ter uma renda melhor e custear mais viagens para participar de campeonatos.Rafael Correa venceu em 2017 o I Campeonato Brasileiro de Surf em Água Doce, realizado na Praia do Marahu, na Ilha de Mosqueiro (distrito de Belém). “Passei bastante tempo me preparando. Agora é hora de focar no Brasileiro, porque não competi esse ano por falta de apoio. Agora, com a bolsa, vai ser possível me preparar melhor.

O sonho é participar e representar o Estado. Mas um passo de cada vez”, pondera.SeleçãoO processo de seleção inclui inscrição, avaliação de documentos, prazo para recursos e comprovação das informações esportivas apresentadas pelas entidades.

“O processo via edital garante transparência e segurança jurídica, inclusive para o governo do Estado, uma vez que os atletas acompanham também, e eles conseguem perceber a necessidade de participarem das principais competições nas suas respectivas modalidades, porque é isso que vai permitir que eles tenham o apoio do Bolsa Talento”, afirma Kátia Rocha, da Diretoria Técnica da Seel.Devido ao cadastro realizado, o edital também permite que o Estado acompanhe a trajetória do atleta e as federações e entidades de desportos invistam em organização. “Aí o atleta se sente parte da Federação também.

As pessoas não lêem o edital direito. Então, quem representa o atleta precisa estar mais por dentro de tudo, atento aos detalhes, pois isso é um incentivo para que ele continue participando das competições”, reforça.

 

Caio Oliveira/ ORM-Redação Integrada

 

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