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Novos casos de doença de chagas preocupam autoridades no Pará
10/11/2016 17:12 em Notícias

Duas mortes foram registradas em Barcarena, no nordeste do estado.
Segundo a Sespa, o açaí contaminado é a principal forma de transmissão.

O aumento do número de casos de doença de chagas no Pará preocupa as autoridades de saúde do estado. Entre janeiro e setembro de 2016 foram registrados 127 casos da doença no Pará, com duas mortes registradas no município de Barcarena, no nordeste do estado. Em 2015 foram registrados 235 casos e 3 casos no Pará.

Transmitida pelo inseto conhecido como "barbeiro", a doença de chagas ainda tem como principal meio de transmissão o consumo de açaí contaminado pelo inseto ao ser preparado sem as condições adequadas de higiene, segundo a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). A secretaria informou que oferece treinamentos a prefeituras sobre a doença e desde 2011 tem um plano de qualidade do açaí.

"Nós temos rotineiramente capacitações para batedores de açaí, inspeções de vigilância sanitária de rotina nos batedores, independente de ser no período da safra ou não. Nós inclusive temos trabalhado a questão de interditar pontos de venda que não estão utilizando a técnica correta de preparo desse alimento", explica Eugênia Teles, Secretária de Saúde de Barcarena.

A técnica em segurança Benice Melo e o técnico em mecânica Wagner Melo moram em Barcarena e só descobriram que estavam com a doença após 20 dias do início dos sintomas e várias consultas médicas. O casal começou recentemente o tratamento, que consiste em seis meses de medicação e mais dois anos de acompanhamento médico.

"A gente não tinha noção do risco que estava correndo, sabendo que a doença ataca todo o sistema cardíaco ou todo o sistema digestivo. O diagnóstico é muito importante, até para se iniciar o tratamento correto", diz Wagner.

Barcarena é o sétimo município do estado com mais casos de doença de chagas em 2016. Os municípios com mais casos registrados foram Breves (45 casos), Igarapé-Miri (14 casos), Abaetetuba (12 casos) e Belém (9 casos).

Mortes
As duas vítimas fatais da doença em 2016, Ademílson Gonçalves e Vilma do Socorro, moravam na mesma rua de Barcarena e morreram no mesmo dia. O viúvo de Vilma, Álvaro Batista, conta que a esposa morreu uma semana depois que exames confirmaram a contaminação pela doença de chagas.

"Já estava muito evoluída a doença. Estava avançada demais e os remédios não surtiram efeito nenhum e demoraram muito a diagnosticar. Penso eu que, se tivesse sido a tempo (o diagnóstico), com certeza ela tinha se salvado", lamenta Álvaro.

(Fonte:G1)

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