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GESTÃO PÚBLICA:Turismo no Pará perde força, mesmo no Carnaval
03/03/2017 08:37 em Notícias

No Carnaval, Belém passou os dias de folia na penúria, com taxa de ocupação de hotéis em torno de pífios 10%, ante 15% do ano anterior, segundo dados do Sindicato de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares do Pará (SHBRS-PA). Os dados levam em conta os hotéis, pousadas, hostel e casas para aluguel por temporada na capital paraense. 

A baixa ocupação, afirma o diretor jurídico do Sindicato, Fernando Soares, deixa explícita a maquiagem de números apresentados no começo do ano pelo Dieese-PA e a Secretaria Estadual de Turismo, que apontou um fluxo de 1,03 milhão de visitantes em 2016, sendo 916 mil brasileiros e 114 mil estrangeiros. Soares afirma que os dados do Dieese e da Secretaria são “irreais”. “Os dados de Belém estão bem abaixo de outras capitais do Norte do País, como Manaus (AM) e Porto Velho (RO), onde as taxas de ocupação dos hotéis ficaram em 30% no período”. 

Segundo ele, o Pará não recebeu um volume tão grande de turistas como as estatísticas do Governo apresentaram e segue sem receber esse volume de visitantes. “Não há como considerar aqueles números algo que corresponda à realidade. Basta olhar o cenário local para ver de perto o problema”, diz. Soares destaca, ainda, que a suspensão dos desfiles das escolas de samba da capital, por uma determinação da Prefeitura de Belém, piorou a situação. “Tive informações de um hotel que tinha apenas 6 hóspedes. Falta investimento do Governo na promoção do turismo no Estado, que poderia ser um grande gerador de emprego e renda”.

 

 

12 MIL VAGAS

 

O diretor do Sindicato lamenta que, apesar de todo o potencial da capital paraense para o turismo, com roteiros ecológicos, locais conhecidos em todo o País - como o Ver-o-Peso - e culinária reconhecida nacionalmente, não haja atração de turistas nessa época do ano. Belém e região metropolitana dispõem de 12 mil leitos, em diferentes meios de hospedagem. Em 2014, eram 15.386. A movimentação de turistas durante o Carnaval acontece em maior escala para o interior do próprio Estado.

FALTA INVESTIMENTO NA DIVULGAÇÃO

De acordo com Fernando Soares, a falta de investimentos na promoção do Estado como destino para o turismo de lazer e de negócios e a inexistência de uma negociação consistente com as companhias aéreas para oferta de tarifas mais atrativas são alguns dos fatores negativos ao turismo na capital, assim como o enfraquecimento do Carnaval em Belém. “Nos últimos 2 anos, as taxas de ocupação ficaram em torno de 15% na cidade. Este ano, sem o desfile, não passa de 10%”. Segundo ele, já o turismo para as praias e demais pontos turísticos do interior do Pará nesta época do ano, consegue se manter ativo para quem busca diversão ou tranquilidades neste período.

O diretor do sindicato reclama que o turismo poderia ser um caminho para movimentar a economia da capital e do Estado, mas o Governo nada se faz para atrair o turista. “O Círio de Nazaré continua sendo o maior evento turístico do Pará. Ainda assim, faltam promoções para manter esse turista depois da agenda oficial do Círio”.

GRUPO DE TRABALHO

No dia 22 de fevereiro, representantes do Ministério do Turismo e das Secretarias de Comunicação e de Turismo dos Estados da região Norte estiveram reunidos na primeira ação de um grupo de trabalho que visa divulgar o potencial turístico da região Amazônica. O ministério irá investir R$ 20 milhões em campanha para divulgação no mercado nacional e internacional dosestados da Amazônia.

(Erica Ribeiro/Diário do Pará)

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