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APÓS BELO MONTE: Altamira tem mais mortes que país mais violento
06/03/2017 09:58 em Notícias

Baseada no artigo "A Hidrelétrica de Belo Monte e Seus Efeitos na Segurança Pública", de dois pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA), uma reportagem nacional do site de notícias UOL, publicada neste sábado (4) demonstra que o município paraense de Altamira, no oeste do estado, tem hoje uma taxa de homicídios superior a Honduras, o país considerado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o mais violento do mundo.

A matéria inicia fazendo um comparativo com a Altamira dos anos 2000, antes da chegada da usina, com atualmente. Na primeira fase, o município é chamado de pacato em que havia paz às margens do Xingu.

No entanto, aquela realidade começou a mudar com a chegada da Usina Hidrelétrica de Belo Monte e um gráfico aponta que em 2000 a taxa de homicídios era de 9,1 mortes a cada 100 mil habitantes, bem diferente de hoje, quando é registrado 124,6 assassinatos a cada 100 mil habitantes.

Para se ter uma ideia, em 2015, Altamira teve registrado 135 homicídios, o que equivale a 124 pessoas mortas a cada 100 mil.

No comparativo com o restante do país, esse número chega a 29 homicídios a cada 100 mil habitantes.

Em relação a Honduras, o país registra 37% de homicídios, bem abaixo dos 124% do maior município em extensão territorial do país.

O estudo em que a matéria foi baseada é dos pesquisadores João Francisco Garcia Reis e Jaime Luiz Cunha de Souza, da UFPA, que apontam a alteração das estruturas social, econômica e ambiental impactadas com a obra de Belo Monte.

OUTRO LADO

 

A Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social contestou as metodologias de pesquisas que utilizam como fonte de dados o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), criado pelo DATASUS, do Ministério da Saúde, a mesma abordada pela matéria do UOL.

“O ranking criado pela metodologia merece uma discussão, a fim de que sejam respeitadas as diferentes formas de captação de dados dos estados brasileiros, por meio das Secretarias de Segurança Pública do Pará. No Pará, a coleta de informações referente à criminalidade é feita partir dos boletins de ocorrência”, disse a Segup, através de nota.

A Segup informou ainda que, diferente e distante do que aponta o DataSus na reportagem, em 2015 a cidade de Altamira registrou 63 homicídios, praticamente a metade do informado no texto. Os números são do Sistema de Integrado de Segurança Pública, que obtém os dados dos boletins de ocorrências.

Ainda conforme a Segup, no trabalho de prevenção e combate à criminalidade na região do Xingu, no segundo semestre de 2016, “houve a redução nos índices de homicídios, latrocínio e roubo à residência, foram apreendidas quase 150 armas de fogo, efetuadas 28 prisões e cumpridos 39 mandados de prisão”. 

Quanto a Norte Energia, empresa responsável pela construção da Usina, o portal recebeu a informação que o Projeto Básico Ambiental de Belo Monte não previa investimentos para a segurança pública na área de influência da usina e que mesmo assim, a empresa diz que firmou um convênio com o governo do Pará e investiu R$ 110 milhões nos cinco municípios da área de influência direta

(Com informações do UOL)     

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