Instituições gêmeas, nascidas na mesma data e na mesma reunião, o Instituto Histórico e Geográfico do Pará (IHGP) e Academia Paraense de Letras festejaram na noite desta sexta-feira (3), os seus 119 anos de fundação como reconhecidas instituições difusoras da cultura paraense.

O evento, em formato de sessão solene, reuniu intelectuais e profissionais de formações diversas, na sede da Associação Comercial do Pará, no bairro da Campina, em Belém, numa noite em que se festejou a memória e a criação de conhecimento, que segue em plena atividade em ambas as entidades, seja em produção literária e em participação em eventos de instituições acadêmicas e culturais do Brasil e do exterior.

"Tenho orgulho de ser membro de ambas as instituições por elas serem extremamente representativas da cultura paraense, defendem os mesmos ideais e são uma expressão significativa do Estado do Pará, perante o nosso país e até o mundo, seja por meio de contatos permanentes que mantemos com outras instituições, brasileiras e até de outros países'', afirmou o presidente da Academia Paraense de Letras, Alcyr Meira, ao abrir a cerimônia, atendendo a pedido especial da presidente do IHGP, Anaíza Vergolino, quem de fato estava indicada a iniciar a sessão, conforme constava na programação oficial.

Anaíza fez questão de enfatizar que repassava a palavra ao amigo e arquiteto Alcyr Meria em honra à trajetória dele nas duas instituições.

Um dos momentos altos da cerimônia foi protagonizado pela professora Maria de Nazaré Santos Paes de Carvalho, bisneta do governador José Paes de Carvalho, que doou duas valiosas peças para o acervo museológico do IHGP: um quadro e um prato de porcelana com o retrato do bisavô.

José Paes de Carvalho foi um dos fundadores do Clube Republicano do Pará, também, médico humanitário, senador e ainda segundo secretário da Assembleia Constituinte de 1890.

Ele governou o Estado do Pará entre 1897 e 1899. Geógrafa e especialista em Antropologia, a professora Maria de Nazaré pertence ao quadro de sócios honorários do Instituto Histórico e Geográfico, trabalha com o tema lusos amazônicos, e há 20 anos ela desenvolve o projeto de pesquisa "Heranças portuguesas na Amazônia''.

A professora afirmou que os bens ora doados tinham profundo significado familiar entretanto ela os entregava ao acervo do Instituto por reconhecer a contribuição do Instituto à difusão do saber e a memória da região amazônica, e particularmente, do Estado do Pará'', afirmou a docente.

Fonte: ORM