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Parlamentares recebem grupo LGBTI e manifestantes em defesa da educação pública
16/05/2019 16:53 em Notícias

O Parlamento Estadual foi um dos pontos escolhidos para os manifestantes que defendem a educação pública no Brasil. O ato ocorreu na manhã da última quarta-feira (15.05), e saiu da Praça da República, em Belém, a partir das 8 horas da manhã. No início da tarde, o presidente da Casa de Leis, deputado Dr. Daniel Santos, acompanhado por vários parlamentares, recebeu na sala Vip, na sede da Alepa, uma comissão de representantes da categoria de estudantes e professores.

 

“Recebemos os estudantes, professores, bem como seus representantes para ouvi-los a respeito do que pensam sob os cortes anunciados na área da educação.  Isso é uma arbitrariedade e a Assembleia Legislativa do Estado do Pará vê com repudio essa tentativa de sucateamento da educação no Brasil. Reafirmo aqui que sem uma educação de qualidade, esse País não vai chegar a lugar algum. Sem educação não há como melhorar as condições sociais em que vivemos. É através da educação que temos um bom resultado enquanto cidadão. Estudei na Universidade Estadual do Pará e sou muito grato aos meus estudos naquela instituição. Tenho orgulho de dizer que vim do interior, se hoje sou o que sou, agradeço aos meus pais que tanto me deram apoio nos meus estudos. Contem comigo, com o Parlamento em defesa da educação pública neste Estado. É um absurdo esses cortes na área da Educação”, discorreu o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Pará, deputado Dr. Daniel Santos.

 

Para a deputada Marinor Brito, umas das parlamentares que também recebeu a comissão, e que é vice da Comissão de Educação da Alepa, a educação brasileira sofre um ataque violento neste momento. “Isso é um  atentado à educação pública. A educação universitária sofre um corte de mais de 25 bilhões. Foram anunciadas, primeiramente, em 4 universidades, mas depois se estendeu e a desculpa dada naquele momento era que o governo tinha decidido priorizar a educação infantil e básica.  Para aqueles que defendem a educação pública, esse ato foi necessário aqui na Alepa e serão sempre acolhidos. Vamos intervir para que não haja cortes na educação, nossos estudantes e professores pedem socorro e vamos ajudar buscando o apoio dos nossos representantes em Brasília”, destacou a parlamentar.

 

“Quero iniciar minha fala parabenizando esse ato. Estou parlamentar, mas sou professora e defendo uma educação pública no Brasil de qualidade.  Não defendo um governo que corte verbas na educação, na pesquisa cientifica. O setor da educação deve ser prioridade para todos os governos, mas infelizmente eu já imaginava que isso poderia ocorrer. Os cortes na Educação representam um desgoverno”, disse a deputada Professora Nilse.

 

O deputado Alex Santiago, presidente da Comissão de Educação da Alepa disse que a educação pública é direito do povo. “Em nome da Comissão desta Casa, não concordamos com isso, queremos que haja mais investimento na educação pública no Brasil, e não tirar algo que é por direito da sociedade. Educação pública é direito do povo”, avaliou.

 

“O que está em jogo, de fato, é o desmonte de um patrimônio que ao longo de muitos anos foi conquistado. A universidade pública produz cerca de 90% das pesquisas nestes país, possui parques tecnológicos gigantes, temos como exemplo a nossa Universidade Federal do Pará (UFPA), a UFRJ, UFMG e tantas outras.  Os hospitais universitários atendem uma massa gigantesca da classe trabalhadora, isso tudo está correndo risco de acabar. Solicito aos parlamentares desta Casa que olhem e nos dê mais atenção neste movimento. Que essa Casa se manifeste a respeito da defesa da educação pública no Brasil, ressaltou Emerson Duarte, 2º vice-presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior no Pará (SINDUEPA).

 

“Os estudantes percebem o risco que a educação está passando, está fragilizada, este ato foi organizado por várias entidades que querem erguer a educação pública. Nossa perspectiva ao vir aqui, é de fazer com que cada deputado entenda que o que está em jogo é o futuro deste Estado. Os cortes vão impactar a todos, não só a rede estadual, mas também a rede municipal de ensino”, falou Beto Andrade, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores e das Trabalhadoras em Educação Pública do Pará (Sintepp).

 

Estudante do Ensino Técnico do Instituto Federal, Ciência e Tecnologia do Pará, Campus Belém (IFPA), Pedro Henrique Lopes, 20 anos, destacou: “ É triste ver a realidade de onde estudo, não há investimento. Se isso realmente acontecer, o que será  do Instituto? Não temos segurança nem dentro das instituições, está uma vergonha”, falou o estudante.

 

Os deputados Ana Cunha, Carlos Bordalo, Dilvanda Faro, Dirceu Ten Caten, Igor Normando e Toni Cunha participaram também da reunião com a comissão.

 

O Ato em defesa da Educação Pública no Brasil levou cerca de 40 mil pessoas às ruas da capital paraense, segundo o Sindicato do Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação Pública do Estado do Pará (Sintepp).

 

Inclusão- Antes de receber os manifestantes em defesa da educação pública, o presidente da Casa, deputado Dr. Daniel Santos, acompanhado da deputada Renilce Nicodemos, recebeu também uma comitiva de representantes do Movimento LGBTI

 

O grupo de LGBTIs busca apoio na Casa de Leis nos casos de enfrentamento à violência, retrocessos políticos contra o grupo e a participação da população LGBTI na elaboração de Leis que diminuam os casos de violência contra eles.  Esta foi a quarta marcha estadual contra a LGBTIfobia.

 

Segundo o chefe do Poder Legislativo, é necessária essa mobilização do grupo LGBTi para que haja mais respeito e menos violência. “ É preciso respeitar as diversidades, é necessário que a sociedade respeite a todos, independentemente de sua opção sexual. O alto índice de violência contra os LGBTIs é assustador, mais ainda a forma brutal como essas pessoas são assassinadas. Essa Casa tem sua pluralidade, irá colaborar no que for possível na efetivação de mais políticas públicas para os LGBTIs”, disse o presidente, deputado Dr. Daniel Santos.

 

Eduardo Benigno, coordenador executivo do grupo homossexual do Pará, disse o que espera do parlamento paraense." Saímos da escadinha, que fica ali na estação das Docas, viemos aqui para termos um diálogo com o Legislativo. Trouxemos duas pautas importantes para nós: uma é a construção da Frente Parlamentar pela cidadania LGBTI, que é uma frente extra regimental.  A outra pauta é uma apresentação do plano plurianual e conseguir construir posteriormente orçamento especifico para a promoção da nossa cidadania”, afirmou ele.

 

Para o ativista LGBTI Beto Paes, que é coordenador da Aliança Nacional LGBTI, a violência ainda é sua maior preocupação. “A violência contra os LGBTIs ainda é uma das nossas maiores aflições, é desesperador saber que uma pessoa, pelo fato de ter escolhido sua orientação sexual diferente daquela que as pessoas dizem ser a correta, ser brutalmente assassinada.  A exclusão ainda nos mantem de fora do mercado de trabalho, há aqueles que são discriminados na escola, existem famílias que quando sabem que um filho optou por ser um homossexual, acabam expulsando o filho ou a filha de casa, e essas pessoas acabam ficando sem estrutura alguma pelo fato de ter escolhido sua orientação sexual. Isso faz com que esse cidadão acabe se metendo com drogas e não é isso que nós queremos para ninguém. Esperamos contar com essa Casa de Leis”, argumentou o ativista.

 

Ainda segundo Eduardo Paes, no ano de 2018 foram 18 assassinatos contra LGBTIs no Pará. “São vários casos, mas chamo a atenção para uma travesti que teve seus braços decepados, as mãos queimadas e os braços colados em seu rosto. Este fato foi no Município de Santarém. Outro caso foi o de um estudante, também de Santarém, que foi queimado vivo pela sua orientação sexual. "Até quando isso? Queremos ajuda deste Poder”, pontuou Eduardo Paes.

 

Texto: Andrea Santos

Assessoria de Imprensa e Divulgação da Alepa

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