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Municípios devem intensificar campanhas de prevenção e controle das hepatites virais, orienta Sespa
27/07/2016 09:59 em Notícias

Em alusão ao dia 28 de julho, quando se celebra o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) tem intensificado ao longo deste mês as ações que visam prevenir e controlar as hepatites virais no Pará. Só no último final de semana, a equipe da Coordenação Estadual de Hepatites Virais esteve participando das ações realizadas pelos Centros de Testagens e Aconselhamentos (CTAs) de Abaetetuba e Bragança. Para cada município, a Sespa repassou mil testes, sendo 500 para verificação do tipo B e a outra metade para o tipo C.

Segundo a coordenadora estadual de Hepatites Virais, Cisalpina Cantão, a orientação principal foi a de que os municípios intensificassem as ações em função da campanha “Julho Amarelo”, que coincide com as férias escolares, quando a circulação de pessoas aumenta principalmente em municípios que oferecem atrações turísticas, como igarapés, praias e eventos festivos. Em Belém, a Sespa colaborou com a campanha realizada pela Fundação Santa Casa, quando realizou 1.088 testagens em três dias. Para reforçar a campanha nos municípios do Baixo Amazonas, a equipe enviou 12 mil kits de testes para o CTA de Santarém.

A campanha “Julho Amarelo” representa um esforço da gestão de saúde pública em combater o sub-registro de casos e ampliar o acesso à testagem e ao diagnóstico precoce, por meio do estímulo à vacinação contra o tipo B – ofertada gratuitamente pelo SUS a toda população até 49 anos – e na ampliação da assistência e do tratamento dos tipos mais perigosos: B e C.

A exemplo do que ocorreu em 2015, a Sespa voltou a descentralizar a campanha, de forma que tem incentivado as secretarias municipais de Saúde a realizá-la mediante atuação dos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) para execução de testes, os quais são solicitados à secretaria estadual conforme demanda.

Por ser uma doença silenciosa, o foco tem sido a busca ativa por pessoas que não sabem que têm os vírus e precisam logo se tratar para não serem surpreendidas com as consequências de um diagnóstico tardio, como uma cirrose ou câncer de fígado, e também para que não transmitam a doença a outras pessoas.

Segundo a médica hepatologista Márcia Iasi, do Centro de Referência Estadual para Tratamento das Doenças do Fígado, mantido pela Santa Casa, a testagem gratuita faz parte de toda uma estratégia de busca ativa dos pacientes silenciosos de hepatites, ou seja, aqueles que não manifestaram sintomas. Independente de faixa etária, podem procurar o serviço profissionais de saúde e pessoas que colocaram piercing ou fizeram tatuagem, como também as que receberam transfusão de sangue antes de 1993.

A hepatite é uma inflamação nas células hepáticas do fígado e pode ser ocasionada pelos vírus A, B, C ou D. Segundo Marcia Iasi, em geral, o paciente não apresenta sintomas e o diagnóstico pode ser feito por meio de exames de sangue. Caso isso não ocorra, a evolução da doença é devastadora, perfazendo um quadro com hepatite aguda, crônica, cirrose hepática e tumor no fígado.

Classificada como doença crônica, a hepatite “C” é uma doença silenciosa que pode ficar no organismo até 20 anos sem se manifestar. Pode ser transmitida por agulhas e seringas contaminadas, ou por objetos cortantes não esterilizados. Durante a ação, foi feita a testagem por meio de uma picada rápida e o resultado saia em 15 minutos.

Os casos positivos encontrados nos testes são encaminhados para locais de tratamento que já são referência, como a Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, especialista no diagnóstico e tratamento de doenças dessa natureza, por meio do Centro de Referência Estadual para Tratamento das Doenças do Fígado.

No interior do estado, o atendimento para testagem e tratamento é disponível no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) de Santarém; nos CTAs de Marabá e de Parauapebas, no Hospital Regional do Araguaia, em Redenção, e no Hospital Regional de Tucuruí. Para ser atendido nesses locais é essencial que o cidadão seja encaminhado pela Unidade de Saúde mais próxima de sua residência.

Números

Em função do estímulo ao diagnóstico precoce, os casos de hepatite têm se tornado mais visíveis no Pará. Entre 2007 e 2014 foram 2.211 registros do tipo B e outras 871 ocorrências da forma C. No ano passado, foram confirmados 439 casos do tipo A; 390 do tipo B e 221 do tipo C. Em 2016, somente na campanha “Julho Amarelo”, realizada entre os dias 12 e 15 de julho na Santa Casa, em Belém, seis novos casos de hepatite B e outros 11 de hepatite C foram confirmados mediante 1.088 testes feitos.

 

Texto: Mozart Lira/Agência Pará I Foto: Agência Pará

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