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Pará está entre os estados com maior número de policiais mortos no país
15/10/2019 00:10 em Notícias

O Estado está em terceiro no número de mortes causadas por policiai

 

 

 

O número de policiais (civis e militares) mortos no Pará é o maior do Brasil: foram 35 vítimas, de janeiro a junho deste ano. Quase todos estavam fora de serviço. Isso representa um aumento de 40% em relação ao mesmo período de 2018, quando 25 policiais morreram. O dado é do Monitor da Violência, um trabalho conjunto do G1 com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP).

Ainda na região Norte, apesar de os números absolutos não superarem os do Pará, dois estados tiveram aumentos acima de 100% do número de pessoas mortas por agentes de segurança. O Amazonas passou de 8 casos para 34 (325%). E o Amapá passou de 19 para 65 (242,1%).

Dos 35 policiais mortos, 33 eram da Polícia Militar e 2 da Polícia Civil. Mas além de liderar o ranking de agentes vitimados, o Pará tem o terceiro maior número de pessoas mortas por membros das forças de segurança. Entre janeiro e junho, foram 322 vítimas, 56% a mais do que as 206 do ano passado. Pelo estudo, não há qualquer relação entre uma polícia que mata mais e redução da criminalidade.Sobre o estudo, o titular da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup), Ualame Machado, disse que o estado tem trabalhado para reduzir a letalidade policial. “Em razão do choque operacional, no início da gestão, tivemos um pequeno aumento em relação ao ano anterior.

 

 

 

 

Mas os policiais entenderam a nossa forma de trabalhar, que é com policiamento ostensivo, protegendo a sociedade e de outro lado também investigando quem quer que seja que pratique ato em desacordo com a lei”, comentou.“Várias medidas estão sendo tomadas. Cito a jornada extraordinária, em que se compra parte da folga do policial para que ele possa trabalhar em prol da sociedade, evitando que faça atividade paralela e corra riscos ["bicos"].

Também foram implementados programa habitacionais, para que os policiais saiam de algumas áreas de risco e possam levar sua família e morar perto de outros colegas. Foi autorizada a utilização de coletes até mesmo na folga, para que eles fiquem mais protegidos, além de capacitações e treinamentos.”, declarou o secretário, apontando o que está sendo feito reduzir a violência contra agentes de segurança.

Em nível nacional, aponta o Monitor da Violência, o 1º semestre deste ano teve um total de 2.886 pessoas mortas por policiais. São 120 a mais que no mesmo período de 2018. Mas esse aumento não se deve a uma tendência generalizada, já que 15 estados tiveram menos registros nesse período. Goiás foi o único estado que se recusou a passar os dados para o levantamento.No período analisado pelo estudo, as mortes por confronto com a polícia cresceram 4,3%.

A alta vai na contramão da queda de mortes violentas no país, de 22% no 1º semestre. Mais de 90% das mortes em decorrência de intervenção policial, ocorreu envolvendo oficiais em serviço.

Os 15 estados com queda são: Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins.

Já o número de policiais mortos, em nível nacional, caiu 42%: 108 agentes mortos no primeiro semestre deste ano, contra 187 no mesmo período de 201.

NOTA DA SEGUP

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup) informou em 2018, de janeiro a junho, no Estado do Pará, 29 policiais militares foram vítimas de mortes violentas, sendo que no mesmo período, em 2019, o número corresponde a 23, uma redução 21%. Todos os crimes já estão com autorias definidas, estando os criminosos presos, mortos, ou com mandado de prisão decretado.

Sobre ações implementadas pelo atual governo para melhorar as condições de trabalho da polícia, a Segup citou a construção de quatro conjuntos habitacionais para agentes de segurança pública, investimentos em equipamentos de proteção, como coletes balísticos e armamentos, compra da folga, por meio do pagamento da jornada extraordinário, essa última iniciativa tem a finalidade de evitar serviços informais por parte dos policiais.

Em relação ao número de mortes por intervenção de agentes do Estado (MIAE),de janeiro a junho de 2019, a Segup informou que totalizou 331 no ano de 2018 e 364 neste ano, o que ocasiona um aumento de 10% e não de 56%, conforme informado pela reportagem.

A Segup atribui os números deste ano ao choque operacional com o ingresso das instituições de segurança em localidades onde anteriormente o Estado era ausente, e ressalta ainda que a partir do mês de junho os números começaram a diminuir, mostrando a postura firme do Estado no combate à violência e a diminuição da resistência por parte daqueles que cometem crimes violentos.

 

G1-Pará

 

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