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Coronavírus: "Não há motivo para pânico", afirma infectologista paraense
29/02/2020 07:26 em Notícias

 

A infectologista Helena Brígido, vice-presidente da Sociedade Paraense de Infectologia (SPI), afirma que a sociedade deve se preocupar com a epidemia mundial de coronavírus, mas não há necessidade de pânico, o que muitas vezes é fruto das notícias falsas publicadas, principalmente, por meio das redes sociais.

 

Nesta sexta-feira (28), a Secretaria  Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) relatou a existência do primeiro caso suspeito no Pará, um morador de Belém que esteve em contato com o caso confirmado de Covid-19 em São Paulo.

 

Nessa situação em que se percebe muitas incertezas da população, é preciso ter calma. Em geral, sobre o que fazer em caso suspeito de coronavírus. Ao receber uma notícia falsa, é muito importante que a população e os profissionais de saúde, não repassem a informação”, alerta a infectologista.Os conteúdos com informações corretas sobre o novo coronavírus devem ser buscados em sites oficiais da Organização Mundial de Saúde, do Ministério da Saúde e das sociedades especializadas, como a Sociedade Brasileira de Infectologia.

 

Caso tenham dúvidas se determinada notícia não é verdadeira, procurar primeiro saber os fatos para divulgar. É preciso prudência, todos nós precisamos estar atentos, preocupado sim, mas sem pânico. A colaboração de todos é importante para o controle da epidemia”, considera.

 

Ainda segundo a infectologista, que é docente do curso de Medicina da UFPA e do Centro Universitário do Estado do Pará (Cesupa), há possibilidade de o coronavírus chegar em qualquer estado brasileiro inclusive o Pará. “Ele pode chegar em qualquer estado brasileiro, diante da disseminação do vírus em vários países, principalmente a Europa, onde há um turismo muito grande via aérea ou marinha”, explica.

 

Brígido frisa também que não há comprovação de que o vírus tenha inserção somente em locais mais frios do planeta e o coronavírus pode também permanecer em regiões tropicais, como a Amazônia e o Pará.“É possível que mais casos ocorram em locais com baixa temperatura, por causa do aglomerado de pessoas e do frio, facilitando o contato com secreções respiratórias. As infecções respiratórias, a exemplo do H1N1, também ocorrem no meio tropical. O coronavírus pode se apresentar e se manter também no clima da nossa região”, esclarece.

 

Segundo ela, ainda são necessários estudos sobre a imunidade, mas já existe caso descrito na literatura informando sobre uma segunda infecção pelo SARS-CoV2 em uma mesma pessoa. Já sobre gravidez, ela menciona que existe um estudo com 22 casos de grávidas em que os resultados não demonstram a possibilidade de ter a transmissão vertical de SARS.

 

Os coronavírus existem desde 1960 e são em número de sete. Alguns causam bronquiolite (infecção nos brônquios) em crianças, outros causaram surtos de quadros respiratórios em 2002 (SARS-COV1), 2012 MERS-COV e, recentemente, em 2019, o mais recente novo coronavírus (SARS-COV2). Estão presentes entre animais que podem ser transmitidas e causar doença em pessoas, inclusive transmissão inter-humana.

 

O coronavírus é um vírus novo, portanto, o que se tem em relação às vacinas ainda é muito preliminar. Enquanto estudiosos buscam soluções, é importante a população ajudar na prevenção da doença.”

 

As orientações dela são de lavagem de mãos adequadamente, por 20 segundos, para manter a higiene, incluindo não tossir na direção de uma pessoa e evitar aglomerações, na medida do possível. “Quando houver sintomas respiratórios mais febre e viagem para algum dos locais que estão na lista de monitoramento para caso suspeito, a pessoa deve procurar atendimento em uma unidade de saúde”, orienta a vice-presidente da SPI.

 

Fonte: O Liberal (Cleide Magalhães)

 

 

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