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Detento foge ao soldar portão de penitenciária e deixar policiais presos
04/07/2020 00:07 em Notícias

O homem trabalhava como eletricista e soldador no presídio e usou a função para poder fugir

 

 

 

Uma cena digna de filme foi protagonizada na terça-feira, 30, por um detento na penitenciária Professor José Ribamar Leite, antiga Casa de Custódia, em Teresina (PI). Ele fugiu depois de soldar um portão. Na ação, ele ainda deixou policiais penais e militares presos na unidade prisional. A fuga foi divulgada nesta sexta-feira, 3.

 

Francilio Lima Teles trabalhava fazendo pequenas reformas como eletricista e soldador. Ele soldou as roldanas do portão principal da penitenciária ao trilho e também o portão pequeno.

 

Até agora, ele não foi recapturado. Francilio estava detido pelo crime de violência doméstica

 

No dia da fuga, ele foi chamado pela direção do presídio para trabalhar no portão principal da penitenciária. Ele deveria soldar com uma máquina placas de ferro do portão que estavam se soltando.

 

Mesmo com histórico de fuga em outras unidades prisionais do estado, ele foi deixado sozinho durante o serviço. "É a quinta vez que esse preso foge. Ele fugiu da penitenciária de Esperantina, da de Parnaíba, da Major César, em Altos, e duas vezes agora da Casa de Custódia. Todas essas fugas dele ocorreram com ele usando o trabalho", disse o presidente do Sinpoljuspi (Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí), Kleiton Holanda.

 

Execução

 

Sozinho, o detento ficou do lado de fora da unidade prisional e aproveitou para soldar as roldanas do portão ao trilho. O que deixou o portão vedado. Ele também soldou o portão menor, que fica dentro do portão principal do presídio. Depois, ele fugiu levando algumas ferramentas.

 

"Um servidor que tem uma serralheria foi acionado e cortou as partes que o preso soldou trancando o portão. O que chama a atenção é que lá está havendo uma reforma durante essa pandemia. Esse serviço devia ser executado por uma empresa, mas ficam usando preso. Estamos com pouco efetivo porque muitos policiais penais estão afastados com covid-19. Era para esse reparo ter ocorrido em outro momento, não agora com o baixo efetivo", criticou Holanda.

 

A Sejus (Secretaria de Estado da Justiça) afirmou que o detento "aproveitou o descuido do servidor para empreender fuga". O órgão informou que abriu procedimento para investigar a fuga.

 

Em nota, o Sinpoljuspi disse que está apurando o histórico de fuga do detento e o que ocorreu no dia para que ele escapasse do presídio, para que sejam evitadas "imputações injustas e dissociadas da verdade real".

 

"Desde já, o sindicato repudia o prévio julgamento de servidor ou servidores sem o devido processo legal e sem a obediência aos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório, garantia maior de todos os brasileiros, assegurados pela Constituição Federal", afirmou o Sinpoljuspi.

 

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