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É uma tragédia: Talibã começa perseguição a jornalistas no Afeganistão
22/08/2021 00:00 em Notícias

O levante do Talibã contra a liberdade de imprensa no Afeganistão se impõe logo após a retomada do poder. Na sexta-feira, 20, agências de notícias internacionais dão conta de que a nova fase do grupo terrorista já conta com assassinatos. Segundo informações, líderes talibãs mataram um familiar de jornalista da empresa alemã Deutsche Welle (DW).

Por motivos de segurança, a própria Deutsche Welle preservou o nome do jornalista. O veículo de comunicação informou, no entanto, que o profissional em questão já estava fora do Afeganistão, cobrindo pautas na própria Alemanha. Mesmo assim, o grupo terrorista foi à casa dele na capital Cabul — e atacou seus familiares. Um foi assassinado, outro ficou ferido e os demais conseguiram escapar.

Diretor-geral da DW, Peter Limbourg lamentou o ocorrido e analisou as recentes operações conduzidas pelo Talibã. “É uma tragédia inconcebível”, declarou, informa a agência de notícias italiana Ansa. “Exemplifica o perigo no qual todos os profissionais [de imprensa] e suas famílias no Afeganistão se encontram”, prosseguiu o jornalista.

“Está claro que o Talibã já realiza busca sistemáticas por jornalistas, tanto em Cabul quanto nas províncias”, seguiu com a crítica Limbourg. “Nosso tempo está se esgotando”, finalizou o executivo da DW. Ele, no entanto, não adiantou se a empresa de comunicação está trabalhando para tirar os familiares de seus jornalistas do país asiático.

O assassinato de um parente de jornalista da Deutsche Welle não foi o primeiro movimento dos líderes extremistas que tomaram o poder do Afeganistão no decorrer das últimas semanas. Em reportagem, a Ansa destaca que há diversos relatos de comunicadores que foram mortos ou “desapareceram” desde o início do processo que culminou na queda do governo afegão.

Entre os mortos está Andadullah Hamdadr, que trabalhava como tradutor para jornalistas alemães. A equipe da DW informou que ele foi assassinado em 2 de agosto. Segundo a agência, os criminosos teriam sido “aparentemente, militantes do Talibã”.

Com a volta do Talibã ao poder, outro ponto relacionado ao livre exercício da liberdade de expressão vem à tona. Isso porque quando governaram o país de 1996 a 2001, os terroristas islâmicos proibiram que mulheres pudessem trabalhar como jornalistas. Assim, muitas comunicadoras temem represálias. Num primeiro momento, todas as mulheres foram obrigadas a voltar a usar burca nas ruas e demais locais públicos do Afeganistão.

As represálias, inclusive, já começaram. Apresentadora de um canal estatal de televisão, Shabnam Dawran foi impedida de seguir na condução do telejornal que liderava havia seis anos. Pelas redes sociais, a jornalista pediu ajuda e afirmou que teve o acesso negado à redação da empresa, localizada em Cabul.

https://youtu.be/dwF9L_dRaXg

Enquanto isso no Brasil…

Jornalistas assassinados, pessoas desaparecidas e comunicadoras impedidas de trabalhar. Esse é o cenário do Afeganistão desde o retorno do Talibã ao poder. No Brasil, porém, há quem comemore a “derrota do imperialismo estado-unidense” ou, diante do caos instalado no país, sente a falta do uso de máscaras de proteção facial.

 

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