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Rússia bombardeia Ucrânia e cobra desarmamento
24/02/2022 19:29 em Notícias

Horas depois de autorizar bombardeios, disparos de mísseis e avanços de tropas sobre território ucraniano, a Rússia apresentou condições para suspender sua ofensiva militar: o desarmamento da Ucrânia. O governo russo alega que age por motivos de segurança, e, em suas primeiras declarações após a invasão, o presidente Vladimir Putin disse que foi “forçado” a iniciar o conflito.

Aconteceu nesta quinta feira-24: militares russos invadiram a Ucrânia por terra, ar e mar — mapas mostram a invasão passo a passo. Há registro de 393 ataques; 74 instalações de infraestrutura militar ucraniana foram destruídas. Forças russas tomaram a área da usina nuclear de Chernobyl. Duas das três frentes militares se dirigem para a capital Kiev.

No local: as explosões começaram a ser ouvidas em Kiev antes do amanhecer, e sirenes de alerta ecoaram pela cidade. Em Slaviansk, o repórter Yan Boechat, enviado especial ao país, relata como foram as primeiras horas de bombardeio.

Efeitos colaterais: líderes ocidentais condenaram enfaticamente a invasão e prometeram duras sanções. Centenas de ucranianos fugiram de suas casas e começaram a chegar a países vizinhos da Europa Central.

Outro olhar: diplomatas e especialistas em crises globais avaliam os movimentos de Putin para mapear o risco de o conflito se tornar uma guerra mundial. “A Rússia ainda tem um poder global significante e isso deve ser entendido”, afirma o ex-subsecretário de Estado dos EUA, Thomas Shannos.

Thomas Shannon: The US Steps Back from the Brink

Países do Ocidente aplicam novas sanções e voltam a descartar envolvimento militar

A invasão da Ucrânia não alterou a resposta que líderes ocidentais vêm dando à crise no Leste Europeu. Nas primeiras manifestações após o avanço das tropas, os Estados Unidos e seus aliados da Otan descartaram engajamento militar, repetiram críticas a Vladimir Putin e anunciaram novas sanções econômicas.

O presidente dos EUA, Joe Biden, disse que um terço dos bancos russos serão retirados do sistema financeiro: “Putin se tornará um pária no palco internacional”. O Reino Unido também aplicou sanções a bancos russos e pessoas próximas a Putin. O chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que o Ocidente deve assegurar que a guerra não se espalhe na Europa.

A reação da China foi diferente. O país se recusou a condenar o ataque russo, culpou os Estados Unidos e pediu moderação a “todas as partes”.

Mourão diz que não há risco em viagem de Bolsonaro à Rússia

Bolsonaro ‘ignora’ Rússia e reproduz recomendações a brasileiros; Mourão defende resposta militar

Ao contrário das principais lideranças ocidentais, o presidente Jair Bolsonaro evitou críticas à invasão russa e a Vladimir Putin, a quem visitou neste mês. Em conversa com apoiadores pela manhã, ele ignorou o assunto. À tarde, em mensagem divulgada nas redes sociais , disse estar “empenhado em proteger e auxiliar brasileiros que estão na Ucrânia”.

Bolsonaro reproduziu nota do Itamaraty, que informou que há cerca de 500 brasileiros em território ucraniano e recomendou o deslocamento para Kiev. A pasta também evitou condenar a Rússia, mas apelou para a suspensão dos ataques.

No governo brasileiro, a crítica partiu do vice-presidente Hamilton Mourão: “Tem que haver o uso da força, realmente um apoio à Ucrânia. O mundo ocidental está igual ficou em 1938 com Hitler, na base do apaziguamento”.

Os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira, defenderam diálogo e diplomacia para a resolução do conflito.

Fonte: O Globo

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