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Exportações do Pará caem 5,7% até maio, mas saldo fica positivo
13/06/2023 08:37 em Notícias

Segundo especialista, a pandemia e a guerra na Ucrânia, assim como a troca de governo local, têm reflexo no resultado

 

 

CNA/Wenderson Araujo/Trilux

A maior fatia das exportações fica com o minério de ferro (55% da pauta), seguido da soja (9,9%), minério de cobre (9,3%) e alumina (8,2%). 

 

A balança comercial do Pará registrou saldo positivo no resultado de janeiro a maio, somando um montante de US$ 7,19 bilhões, puxado pelo alto valor de exportações no período: US$ 8,12 bilhões. Embora o resultado tenha sido positivo, as vendas do Pará a outros países caíram 5,7% na comparação com o mesmo intervalo de 2022. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

 

Segundo a coordenadora do Centro Internacional de Negócios (CIN), ligado à Federação da Indústria do Pará (Fiepa), Cassandra Lobato, o resultado ainda tem resquícios da pandemia da covid-19 e da guerra na Ucrânia, dois acontecimentos que afetaram o comércio internacional. “Além disso, temos um governo novo, o que traz certa insegurança quanto às decisões e o cenário político, então isso tudo acaba refletindo no contexto de compra e venda no nosso país” afirma.

 

Lobato destaca que o Pará, apesar de ter sofrido queda nas exportações, conseguiu manter a terceira posição no ranking de Estados brasileiros com o melhor saldo na balança comercial. Já na exportação, o Pará caiu para o sétimo lugar, mas, entre esses sete, é o único Estado do Norte e Nordeste, aponta a coordenadora do CIN. Outro dado que ela citou foi que o interior do território paraense responde por 98% de tudo que é exportado, enquanto a Região Metropolitana de Belém por apenas 2%. Quanto aos compradores, o bloco asiático lidera, com 60,47% de todas as compras, especialmente na China.

 

Resultado

A maior fatia das exportações fica com o minério de ferro (55% da pauta), seguido da soja (9,9%), minério de cobre (9,3%) e alumina (8,2%). Dentre os segmentos mais importantes da pauta, os itens que mais cresceram em exportações foram as sementes de girassol, gergelim, canola, algodão e outras (alta de 964%). Atrás, aparecem os animais vivos (não incluindo pescados e crustáceos), com 86,3%; alumínio, alta de 36,1%; filés, que cresceram 20,1%; minério de cobre, com alta de 17,6%; e a soja, que teve crescimento de 12,3%.

 

É normal que o agronegócio tenha destaque, segundo Cassandra, porque está cada vez mais crescente e faz parte do processo de inserção internacional. Quanto ao desempenho de minérios, que teve alguns resultados positivos, ela diz que “para a gente é algo que faz a diferença dentro do Estado, que tem perfil minerador. A mineração responde por 83% do valor exportado”.

 

Por outro lado, alguns produtos tiveram um baixo desempenho, como é o caso das especiarias (-46%), carne bovina (-43%), madeira (-37%), ouro (-25%), alumina (-15%) e minério de ferro (-9,96%). “O caso do minério de ferro é reflexo do comprador. O principal comprador é a China, mas, desde a pandemia, com o fechamento dos portos para o mundo, caiu muito. Então tem muito mais a ver com o comprador do que com a indústria, eles estão se readequando”. Já a madeira, Cassandra explica que o movimento de vendas mais intenso ocorre no segundo semestre.

 

Importações

As importações também tiveram retração, na casa dos 8,9%, somando o montante de US$ 934,6 milhões. Os itens mais comprados pelo Pará entre janeiro e maio foram adubos e fertilizantes químicos (26% do total), elementos químicos inorgânicos, óxidos e sais halogênios (20%), produtos residuais de petróleo (8,3%), carvão (7,7%) e óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos (7,2%).

 

Tiveram os maiores destaques em termos de crescimento nas importações as vidrarias, com alta de 7.700%, seguidas de barras de ferro e aço (391%) e materiais de construção de argila e refratários (248%). Ainda aparecem as partes e acessórios dos veículos automotivos (99,3%), jutas e outras fibras (66%), preparações de cereais, de farinhas, ou amidos de frutas e vegetais (62,7%), trigo e centeio (49,5%), ferramentas para uso manual ou em máquinas (33,9%) e elementos químicos inorgânicos, óxidos e sais halogênios (24,4%), entre outros.

 

Já os resultados negativos ficam com com equipamentos mecânicos para manuseio, elevação e guincho (-87%), óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos (-71%), obras de ferro ou aço e outros artigos de metais comuns (-65%), máquinas e equipamentos especializados (-50%) e instrumentos e aparelhos de medição, verificação, análise e controle (-41%).

 

Balança comercial do Pará em 2023

*De janeiro a maio

 

Exportações

 

Valor total: US$ 8,12 bilhões

Variação: -5,7%

Participação: 6,15%

Posição no ranking: 7ª

Importações

Valor total: US$ 934,6 milhões

Variação: -8,9%

Participação: 0,9%

Posição no ranking: 17ª

 

Saldo

Valor total: US$ 7,19 bilhões

Posição: 3ª

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços

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