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ESPERANÇA DE CURA: Bactéria encontrada na Amazônia pode curar câncer e Herpes
12/03/2024 19:12 em Notícias

 

Pesquisador explica que as condições ambientais do solo amazônico são propícias para compostos de interesse farmacêutico

Autor: Letícia Corrêa/ Com informação da Ascom Vale

A bactéria foi encontrada em solo amazônico e tem potencial terapêutico para eliminar células cancerosas

Diversos estudos mostram o potencial que as bactérias têm para a cura de várias doenças, incluindo o temido câncer. Em vários países, pesquisadores já comprovaram que certas bactérias possuem potencial para combater infecções causadas por herpes e até tratar tumores cancerígenos.

 

Um estudo realizado por cientistas do Instituto Tecnológico Vale – Desenvolvimento Sustentável (ITV-DS), da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) e de instituições parceiras descreve de forma animadora o potencial terapêutico de um composto químico produzido por uma nova bactéria encontrada no solo amazônico na região de Paragominas, sudeste do Pará.

 

O composto químico demonstrou propriedades viricidas, bactericidas e foi capaz de eliminar células cancerosas sem danificar células saudáveis, segundo os pesquisadores.​

 

A pesquisa estudou o potencial farmacêutico de uma cepa de bactéria da espécie Pseudomonas aeruginosa. A bactéria produz um surfactante de origem microbiana ou biossurfactantes chamado de ramnolipídeo. Esse composto demonstrou resultados promissores contra microrganismos patogênicos de interesse médico e veterinário.

 

O estudo avaliou também a toxicidade do composto em relação a três tipos de vírus (herpes simples, coronavírus murino e vírus sincicial respiratório). Uma solução do composto, inibiu 97% da atividade viral nos três tipos de vírus citados.

 

Resultados semelhantes foram observados com uma solução de menor quantidade, por 15, 30 e 60 minutos, sugerindo que a eficácia viricida está relacionada ao tempo de exposição do vírus aos compostos de origem microbiana).

O estudo foi realizado por cientistas do Instituto Tecnológico Vale da (Unifesspa) e de instituições parceiras.

O estudo foi realizado por cientistas do Instituto Tecnológico Vale da (Unifesspa) e de instituições parceiras

 

Para José Pires Bitencourt, pesquisador do ITV-DS e um dos autores do artigo, o composto “é uma substância que auxilia a bactéria a captar algum nutriente que seja interessante para o seu crescimento, além de auxiliar na comunicação entre bactérias da mesma espécie”.

 

Segundo ele, durante o estudo, todas as concentrações do composto diminuíram a viabilidade das células cancerígenas para menos de 50% em 72 horas, demonstrando um potencial antitumoral comparável aos níveis alcançados pela quimioterapia padrão.

 

Bitencourt explica que as condições ambientais do solo amazônico são propícias para compostos de interesse farmacêutico, como o estudado pela pesquisa. “Diferentes subespécies de bactérias encontradas em várias condições de solo produzem biossurfactantes, influenciadas por fatores como clima, evolução do solo, regime hídrico, interação com outros organismos e impacto humano”.

 

Para Sidnei Cerqueira dos Santos, professor da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) e um dos autores do artigo, o ramanolipídeo também “pode ser usado como estratégia de sobrevivência dessas bactérias em ambientes desfavoráveis, para reduzir ou inibir a toxicidade celular, como por exemplo solo contaminado por metais”. O composto apresenta grande potencial para o desenvolvimento de novas formulações para o controle de microrganismos, vírus e tratamento do câncer de mama.

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