O Departamento Estadual de Trânsito do Estado do Pará (Detran) iniciou ontem, sexta-feira (10), em Parauapebas, uma megaoperação de combate às infrações de trânsito, com foco em motociclistas e coibição da combinação álcool e direção. A operação, batizada de “Lei Seca”, será realizada em diversos bairros da cidade, sempre em pontos estratégico e com maior fluxo de veículos.

Na ação serão empregados 30 agentes de trânsito, entre eles, homens do Grupamento Tático de Motociclístico. De acordo com Thiago Reis, coordenador da Operação “Lei Seca” do Detran,  as ações estão sendo realizadas nas principais cidades do Estado, principalmente naquelas onde há um alto índice de acidentes de trânsito, como é  o caso de Parauapebas.

Segundo ele, só no mês de maio foram registrados 279 atendimentos no Hospital Municipal da cidade de vítimas de acidentes de trânsito, a maioria, de motociclista. “É um número alarmante”, ressalta.

Por isso, ele enfatiza que o foco da Operação “Leia Seca” é tentar reduzir essa demanda. “Até porque isso gera consequências para toda sociedade”, frisa Thiago, ressaltando que a operação será pente fino e os condutores que estiveram dirigindo ou pilotando com alguma irregularidade, seja falta de documento dos veículos, habilitação ou ingestão de álcool, serão autuados.

O coordenador destaca que equipe está vindo de Redenção, onde 27 pessoas foram presas por delitos de trânsito, mesmo número de pessoa atuadas em Marabá, que também já recebeu a operação. Em Marabá, inclusive, lembra, foi preso um assaltante que estava foragido da justiça e foi pego no pente fino. “A operação tem essa consequência positiva, porque não reduz apenas as infrações de trânsito, mas inibe outros crimes, porque geralmente há muitos furtos e assaltos em que os bandidos usam motocicletas em suas ações delituosas. Como nossas operações são realizadas durante o dia e a noite, esse tipo de crime também cai, da mesma forma que os acidentes”, observa Thiago.

Na operação, ele informa que é usada grande estrutura, como viaturas, guinchos e unidade móvel, onde é feito cadastro, filmagens dos veículos que passam pelas barreiras. O equipamento de filmagem é capaz de registrar um veículo em um raio de até dois quilômetros de distância.

Nas abordagens, ele adianta que é avaliado o comportamento dos motoristas e feito o teste do bafômetro. Quem ultrapassar no teste do bafômetro o valor de 0,33 miligramas por litro de ar expelido dos pulmões será conduzido para a delegacia para ser autuado. 

Na operação também há uma equipe de educadores do Deetran. Eles estarão percorrendo bares e casas noturnas fazendo a orientação das pessoas, para os riscos da combinação álcool e direção. “Eles serão informados sobre os riscos e também penalidades a que estão sujeitos, se forem flagrados pilotando ou dirigindo sob o efeito de álcool”, acrescenta Thiago.

Ele explica que as multas pecuniárias chegam a quase R$ 4 mil, suspensão da carteira de habilitação por 12 meses ou 24 meses, no caso de reincidência. Por isso, enfatiza Thiago, quando o condutor está fazendo o teste do bafômetro, a equipe educativa conversa com ele, de forma a ficar sensibilizado e procurar não cometer mais o crime. “Assim vamos tentado conscientizar os condutores a seguir a lei e também cobrar isso de outras pessoas”, diz.

De acordo com Thiago Reis, o Pará tem um alto índice de acidentes de trânsito, principalmente nos polos regionais, como Redenção, Marabá, Parauapebas, Itaituba e Santarém. Nos polos regionais, Marabá, Parauapebas e Redenção lideram o ranking, sempre se revezando na liderança do número de acidentes, principalmente de motocicletas.

Thiago salienta que no caso de Redenção, por exemplo, que não tem transporte coletivo, as pessoas usam o serviço de transporte alternativo, feito em motocicletas ou taxi. Isso eleva sobremaneira o número de acidentes na cidade, principalmente porque muitas pessoas não usam os equipamentos de segurança necessários ou agem de forma imprudente.

“Esse fatores, aliados a embriagues, torna esses condutores um risco muito grande para toda sociedade”, aponta o coordenador.  Segundo ele, dos 144 municípios do Pará, 56 têm órgão municipais de trânsito e, desses, apenas Redenção, Parauapebas, Paragominas, Santarém, Itaituba, Belém, castanhal, Breves, Tucuruí e Marabá possuem regionais do Detran.

Ainda de acordo com ele, dos 56 municípios que possuem órgãos municipais, apenas 20 funcionam 100%.  Ele reconhece que o Estado ainda tem uma carência grande na parte de fiscalização de trânsito, por isso que Operação “Lei Seca” objetiva minimizar essa demanda.