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Confirmados dois casos de coronavírus com a nova cepa que circula no Amazonas
30/01/2021 09:38 em Notícias

A variante foi identificada em um homem de 58 anos e uma mulher de 26, no município de Santarém

 

O Pará registrou, nesta sexta-feira (29), os dois primeiros casos da nova variante do SARS-CoV-2 (novo coronavírus), identificada inicialmente em Manaus, no Amazonas. O vírus foi identificado em um homem de 58 anos e uma mulher de 26 anos, ambos do município de Santarém, oeste paraense. O anúncio foi feito pelo governador Helder Barbalho, às 19h13, por meio do Twitter. Ele explicou que a confirmação foi feita pelo Instituto Evandro Chagas.

 

"O Governo seguirá acompanhando o cenário epidemiológico e não hesitará, caso necessário, em retornar com medidas mais restritivas ainda e hospitais de campanha. O Estado ressalta que é importante que todos façam a sua parte para conter o avanço da pandemia", completou o governador, em um comentário no Twitter.

 

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) informou que os dois pacientes receberam tratamento adequado e se encontram estáveis. "A Sespa reforça a necessidade de que todos continuem mantendo o uso de máscara, álcool em gel, além de respeitar o novo decreto estadual e o distanciamento social para evitar o aumento de casos da doença.

 

A assessoria do Instituto Evandro Chagas disse que "o Ministério da Saúde está preparando uma nota técnica para os Estados, em relação às variantes que foram encontradas até o momento. Assim que esse material for liberado, poderemos conceder entrevistas relacionadas ao assunto".

 

 

Especialista já tinham alertado sobre o vírus no Pará

 

Na última quinta-feira (28), a infectologista Helena Brígido, vice-presidente da Sociedade Paraense de Infectologia (SPI), alertou sobre a possibilidade da nova variante, chamada de a P.1, estar circulando há algum tempo no Pará.

 

“Sem dúvidas já deve estar circulando pela facilidade de transmissão, viagens ao Amazonas e pelo aumento de casos no Pará. A média móvel de casos nos últimos sete dias foi mais que o dobro da variação da média móvel nacional no mesmo período. O maior pico ocorreu em 14 de janeiro com média móvel de 451 casos, sendo o segundo maior pico desde o início da pandemia da covid-19", disse. "A cepa que circula no Amazonas possui também maior transmissibilidade da doença”, enfatizou a infectologista.

 

Como uso emergencial, a vacinação no Brasil utiliza a Coronavac, do laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, e a vacina de Oxford, AstraZeneca/Universidade de Oxford em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). “A certeza de que as vacinas têm ação protetora contra essa cepa iremos saber após as suas doses e com exames para conhecimento da produção de anticorpos”, pontuou Helena Brígido.

 

A nova cepa

 

Uma variante é uma nova linhagem do vírus (também chamada de cepa), que surge a partir de uma série de mutações. Os primeiros sinais de que ela estava em circulação no Brasil foram dados quando o Japão anunciou, no dia 10 de janeiro, que havia encontrado a variante do vírus em quatro viajantes que estavam no Amazonas e voltaram ao Japão em 2 de janeiro.

 

No dia 13 de janeiro, a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) confirmou o primeiro caso de reinfecção pelo novo coronavírus no Estado. De acordo com a FVS, análise de sequenciamento genético realizado pela Fundação Osvaldo Cruz Amazônia apontou que a reinfecção foi causada pela variante do coronavírus encontrada no Amazonas e que chegou ao Japão.

 

No dia 26 de janeiro, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo também confirmou os três primeiros casos da nova variante no estado. Foi a primeira vez que a variante foi confirmada em outro estado do Brasil.

 

A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que são necessários mais estudos para avaliar se essa variante traz mudanças na transmissibilidade, na severidade da doença ou para a imunização dos pacientes.

 

No entanto, a OMS nota que, a partir de investigações preliminares em Manaus, houve um aumento na proporção de casos da cepa de 52,5% em dezembro do ano passado para 85,4% do total de casos na cidade em janeiro deste ano. Os números geram temores sobre seu possível potencial maior de transmissão ou de propensão a reinfecções, adverte a entidade.

 

 

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