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COP30: Conferência lança mutirão global contra o calor extremo e reforça combate à fome e pobreza como parte da justiça climática

Written by on 12 de novembro de 2025

COP30: Conferência lança mutirão global contra o calor extremo e reforça combate à fome e pobreza como parte da justiça climática

Durante evento, ministro de Desenvolvimento Social, Wellington Dias, destacou que a crise climática não é apenas ambiental, mas, também humana, econômica, social e “profundamente desigual”. Foto: Rafael Nedemeyer/COP30

Durante evento, ministro de Desenvolvimento Social, Wellington Dias, destacou que a crise climática não é apenas ambiental, mas, também humana, econômica, social e “profundamente desigual”. | FOTO: Rafael Nedemeyer/COP30

Iniciativas marcam primeiros dias da COP30

Durante os primeiros dias da COP30, realizada em Belém (PA), dois eventos de alto nível reforçaram o papel do Brasil na promoção de políticas climáticas integradas a medidas de justiça social. Na segunda (10/11) e terça-feira (11/11), a conferência sediou o lançamento da fase de implementação do Mutirão Global contra o Calor Extremo/Beat the Heat, liderado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), e o evento ministerial sobre Fome, Pobreza e Ação Climática Centrada nas Pessoas, que resultou na Declaração de Belém.

Mutirão Global contra o Calor Extremo

A iniciativa, apresentada pela Presidência da COP30 e pela Cool Coalition, tem como objetivo acelerar a adoção de soluções sustentáveis de resfriamento e resiliência ao calor em cidades de todo o mundo. Atualmente, 185 cidades já aderiram ao Mutirão, e 72 nações endossaram o Compromisso Global pelo Resfriamento, que prevê a redução de até 68% das emissões relacionadas à refrigeração até 2050.

Logo, para a CEO da COP30, Ana Toni, o mutirão é uma das formas mais acessíveis de engajar a população no debate climático.

“As pessoas entendem o calor porque sentem em seus corpos. Se conseguirmos multiplicar essa mobilização, veremos um número ainda maior de cidades participando do Beat the Heat até o final da conferência”, afirmou.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, ressaltou que o Brasil enfrenta desafios estruturais frente às ondas de calor.

“Cerca de 20 milhões de crianças e adolescentes estudam em escolas sem climatização adequada. Precisamos agir com base nas três agendas: mitigação, adaptação e transformação”, destacou.

Para a CEO da COP30, Ana Toni, a iniciativa é uma das maneiras mais fáceis de comunicar o que está sendo realizado na conferência. Foto: Rafa Neddermeyer/COP30

Para a CEO da COP30, Ana Toni, a iniciativa é uma das maneiras mais fáceis de comunicar o que está sendo realizado na conferência. | FOTO: Rafa Neddermeyer/COP30

De acordo com um relatório do PNUMA, a demanda global por resfriamento deve triplicar até 2050, o que pode sobrecarregar redes elétricas e intensificar as mudanças climáticas. Por outro lado, a adoção de soluções de resfriamento sustentável poderia, segundo o estudo, reduzir 64% das emissões do setor e economizar até 43 trilhões de dólares em custos energéticos e de infraestrutura.

A diretora-executiva do PNUMA, Inger Andersen, defendeu que o acesso ao resfriamento deve ser tratado como infraestrutura essencial.

“O calor extremo já causa meio milhão de mortes por ano. O resfriamento salva vidas e mantém economias, escolas e hospitais funcionando”, afirmou.

Declaração de Belém: combate à fome e à pobreza

No dia anterior, por sua vez, a COP30 serviu como palco de importantes discussões ao sediar o evento ministerial de Alto Nível: Combate à Fome e Pobreza para a Justiça Climática, o qual debateu a Declaração de Belém sobre Fome, Pobreza e Ação Climática Centrada nas Pessoas, documento que, inclusive, foi assinado por 44 países.

Nesse sentido, o documento defende que o enfrentamento à crise climática deve, sobretudo, priorizar medidas de adaptação focadas nas pessoas, como proteção social, seguro-safra e incentivo à agricultura familiar.

Logo, durante a abertura da conferência, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alertou que o aquecimento global ameaça reverter décadas de avanços sociais.

“A mudança do clima pode levar milhões de pessoas à fome e à pobreza. Nosso compromisso é integrar a ação climática às políticas de desenvolvimento social e de redução das desigualdades”, afirmou.

O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, classificou a fome e a pobreza como “marcadores da injustiça climática”. Segundo ele, “não há segurança alimentar nem resiliência climática sem quem cuide da terra, das águas e das sementes”.

A ministra Marina Silva, que também participou do debate, defendeu a criação de um novo ciclo de prosperidade baseado em inclusão social.

“A proteção social deve ser a base da resiliência. Precisamos redirecionar fluxos financeiros para apoiar pequenos produtores e países em desenvolvimento”, enfatizou.

Compromissos da Declaração de Belém

A Declaração de Belém estabelece três compromissos principais:

  • Fortalecer a proteção social como base da resiliência climática;
  • Apoiar pequenos produtores de alimentos e comunidades tradicionais;
  • Promover transições justas para povos da floresta e ecossistemas sensíveis.

Justiça climática e integração global

Desse modo, as duas iniciativas, o Mutirão Global contra o Calor Extremo e a Declaração de Belém, evidenciam claramente a interdependência entre clima, justiça social e desenvolvimento sustentável. Sendo assim, nesse contexto, como destacou a ministra alemã Reem Alabali Radovan,

“as consequências mais severas das mudanças climáticas recaem sobre aqueles que menos contribuíram para o problema. A proteção climática internacional é também uma questão de dignidade humana”.

Assim, com a COP30 sediada na Amazônia, o Brasil reforça, mais uma vez, sua posição de liderança na busca por soluções integradas e duradouras, que conciliem a sustentabilidade ambiental, a redução das desigualdades e a solidariedade global, diante dos crescentes desafios impostos pela crise climática.

FONTE: COP30

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