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NOS ÚLTIMOS 12 MESES: De três brasileiras uma foi vítima de violência
09/03/2017 11:00 em Notícias

Uma a cada três brasileiras com 16 anos ou mais já foi espancada, xingada, ameaçada, agarrada, perseguida, esfaqueada, empurrada ou chutada nos últimos 12 meses. É o que aponta a pesquisa "Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil", realizada pelo Datafolha a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que entrevistou mulheres de todo o país e revelou: 29% delas afirmaram ter sofrido violência física, verbal ou psicológica no ano anterior.

O estudo projetou que 503 mulheres foram vítimas de agressões físicas a cada hora no Brasil e que dois a cada três brasileiros, o equivalente a 66%, presenciaram uma mulher sendo agredida física ou verbalmente no mesmo período.

De acordo com a pesquisa, financiada pelo governo do Canadá e pelo Instituto Avon, o agressor era conhecido das vítimas em 61% dos casos relatados. As agressões ocorreram principalmente em casa, sendo 43% e na rua 39%, mas também no trabalho 5% e na balada 5% e foram mais frequentes entre mulheres de 16 a 24 anos 45%.

"A mulher mais jovem tem tido mais acesso a informação e já reconhece determinados gestos, como beijo forçado ou assédio no transporte público, como formas de violência que vão além do bater ou agredir fisicamente", explica a socióloga Wânia Pasinato, consultora especializada em violência contra a mulher.

Apesar do acesso à informação e do debate público sobre o tema, intensificado desde a aprovação da Lei Maria da Penha, em 2006, criada para coibir a violência doméstica, 52% das mulheres entrevistadas que reportaram agressões não fizeram nada a respeito da violência sofrida.Das 48% que tomaram alguma medida, 13% procuraram ajuda da família, 12% apoio dos amigos e 5% procuraram a igreja que frequentam. Apenas 11% buscaram uma delegacia da mulher, enquanto 10% denunciaram o caso numa delegacia comum.

Mulheres negras

 

A pesquisa mostrou ainda que 32% das mulheres negras e 31% das pardas relataram violência nos últimos 12 meses , e 25% brancas.

Diferença maior aconteceu quando as situações eram relacionadas a assédio, 35% das mulheres brancas reportaram terem sido alvo de comentários desrespeitosos ou contatos físicos indesejados contra 89% das negras.Para a filósofa e ativista Djamila Ribeiro, "as feministas negras vêm denunciado a falta de um olhar racial nas políticas de enfrentamento à violência contra a mulher".

Ela lembra que o Mapa da Violência de 2015 mostrou que os homicídios de mulheres brancas haviam diminuído 10% na década anterior enquanto o assassinato de mulheres negras havia crescido 54% no mesmo período.

(Com informações da Folha)

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