O processo será remetido ao Ministério Público Federal (MPF), que poderá oferecer denúncia contra os investigados, para que eles sejam levados a julgamento
Após quase um ano, as investigações sobre os assassinatos de três jovens que saíram para caçar na reserva indígena Parakanã, a cerca de 30 km de Novo Repartimento, caminham em segredo de justiça para a reta final na Polícia Federal, que confirmou a informação nesta terça-feira (14) à reportagem de O Liberal. Uma vez que as investigações sejam concluídas, o processo será remetido ao Ministério Público Federal (MPF), que poderá oferecer denúncia contra os investigados, para que eles sejam levados a julgamento. A Fundação Nacional do Índio (Funai) foi procurada para comentar o assunto, mas não deu retorno.
O crime vitimou Cosmo Ribeiro de Sousa, 29, José Luís da Silva Teixeira, 24, e Wilian Santos Câmara, 27. Os três jovens desapareceram no dia 24 de abril do ano passado, no sudeste do Pará. Os corpos foram encontrados enterrados na área da reserva.
O advogado criminalista Cândido Júnior, que atua na defesa das famílias das vítimas, afirmou, nesta terça-feira, que, para ele, não há dúvidas de que os autores dos crimes foram os indígenas, os quais poderão ser denunciados pelo MPF e, posteriormente, levados até a júri popular. Cândido destacou que as famílias não sustentam nenhum tipo de discurso de ódio contra os indígenas e somente deseja que os culpados sejam responsabilizados criminalmente dentro daquilo que cometeram.
“Hoje, não existem outros suspeitos que não sejam os indígenas. Tudo indica que há 99% de chance de que, realmente, sejam os indígenas. Não existe outra linha de investigação. A grande preocupação tanto das famílias quanto da Polícia Federal é saber qual o indígena que cometeu o crime. Quando nós tivermos acesso ao inquérito, quando ele for disponibilizado, provavelmente, conterá lá a participação e identificação de qual indígena cometeu o crime e qual colaborou de uma forma direta ou indireta para que esses crimes ocorressem”, adiantou o advogado criminalista Cândido Júnior.