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Comércio teve queda de 4,9% em 2015
07/03/2016 13:53 em Notícias

Outro balanço divulgado pela Fapespa mostra uma redução de 37.828 postos de trabalho no Estado

Balanço anual sobre o mercado de trabalho e o setor varejista paraense, divulgado na semana passada pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) confirmam que o ano de 2015 não foi nada bom para o comércio. Por ser mais próximo da população e envolver o consumo, o setor foi um dos que mais sentiu os impactos da crise econômica mundial, com uma queda no volume de vendas de 4,9%, no Pará, em comparação a 2014, que havia registrado aumento nas vendas de 2,9% em relação ao ano anterior. "Isso mostra que tivemos uma retração significativa", disse Geovana Pires, diretora de socioeconomia da Fapespa, que apresentou os dados no prédio da Associação Comercial do Pará (ACP), entidade parceira da Fundação, ao lado da Secretaria de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster). 

Apesar da redução do volume de vendas, houve um aumento da receita nominal (toda a receita do setor) do comércio paraense em 2015, de 2,9% - sendo que em 2014 essa variação positiva chegou a 7%. De acordo com Geovana, os números continuam positivos em função, principalmente, da inflação, com o aumento no preço de vários produtos. 

O cenário verificado no Pará no ano passado não difere do comportamento nacional, onde 26 dos 27 estados tiveram retração nas vendas, com exceção de Roraima. Em todo o País, essa queda ficou, em média, em 4,3%. 

"Nas maioria dos meses de 2015, o comércio teve resultado negativa. O pior cenário aqui no Pará se deu em outubro, no momento em que nós esperávamos incremento nas vendas (por conta do Círio de Nazaré). Quanto mais a inflação ia crescendo, mais a retração nas vendas aumentava também", comentou Geovana. 

Um dos fatores que impactou no consumo foi o endividamento familiar, pulando de 67,80% o número de famílias com alguma parcela de seu orçamento comprometida, em janeiro de 2015, para 76,20% em dezembro. Aumento também o número de famílias com dívidas em atraso (inadimplência), de 14,30% em janeiro, para 38% em dezembro do ano passado. 

Todo esse comportamento no comércio refletiu no mercado de trabalho, com redução de 1.976 postos no setor do comércio em todo o Estado. "Mas os segmentos que vendem produtos de primeira linha de necessidade, como alimentação, combustível, não sofreram tanto", frisou Geovana, observando que as áreas mais afetadas foram as de roupas, acessórios ou móveis. Outro reflexo desse comportando foi observado na arrecadação do ICMS no comércio, que caiu 12,60% no setor varejista e 11,88% no atacadista. 

Outro balanço divulgado pela Fapespa mostra uma redução de 37.828 postos de trabalho no Estado do Pará em 2015, principalmente no setor de construção civil, com perda de 25 mil postos. "Sendo que cerca de 19 mil foram só em Altamira, onde terminaram as obras da primeira fase de Belo Monte. O único segmento que teve saldo positivo foi o extrativismo mineral, com 500 novos postos.

(Fonte:ORM)

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