Mesmo sem qualquer acusação formal até o momento, nem mesmo boletim de ocorrência, o prefeito de Paragominas, Paulinho Tocantins (PSDB); o deputado estadual Sidney Rosa (PSB); e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), Adnan Demachki, divulgaram nota de repúdio às insinuações feitas pelo ex-cabo da Polícia Militar, Maurício da Luz Ramos. Em vídeo divulgado em redes sociais esta semana, o PM insinua que eles teriam envolvimento com o assassinato da servidora pública Maria Augusta da Silva, 62, em Paragominas, há pouco mais de dois meses. Especula-se que ela estaria contrariando os interesses da atual gestão do município em relação ao tratamento de lixo.

Maurício foi apontado como mandante do crime e preso no último dia 20, junto com Gleison dos Santos Monteiro, identificado como o piloto da moto que abordou a vítima, e Thiago Santos da Rocha, apontado como o atirador. A caminho da Delegacia Geral, em uma viatura policial, após ter prestado depoimento, ele aparece algemado e dizendo não ser culpado do crime pelo qual foi acusado, e que Paulinho, Adnan e Sidney deveriam estar presos, como se os relacionasse à morte de Augusta. Na nota, os citados citam o ocorrido como “declarações caluniosas, injuriosas e difamantes”.

O CASO

Maria Augusta da Silva era coordenadora do setor de Urbanismo da Prefeitura de Paragominas e avalizava projetos para a comissão de licitação da prefeitura. Ela também era proprietária de uma floricultura. Foi atingida por seis tiros que acertaram braço, costas, peito e coluna cervical. De acordo com informações levantadas pelo Portal Pará News, Maria Augusta foi morta porque contrariou os interesses do empresário Charles Silva, que ganhou a licitação do Lixo da prefeitura. Ele está foragido. Os dois executores do crime foram presos em Goiânia. Maurício, ex-presidiário e que estava em liberdade condicional, foi preso em Paragominas.

O crime ocorreu por volta das 19h do dia 15 de junho, na rua Hermes de Sousa, bairro do Angelim, periferia da cidade. Ela levou 6 tiros ao sair de um supermercado e foi hospitalizada. No dia 5 de julho, ela não resistiu aos ferimentos e faleceu.

Sidney diz que está tranquilo e espera fim da investigação

Repercutiu na Assembleia Legislativa do Pará o vídeo em que o ex-cabo e ex-vereador da Câmara Municipal de Paragominas Maurício da Luz Ramos acusa o deputado estadual Sidney Rosa (PSB) de ter envolvimento no assassinato da funcionária pública Maria Augusta, 62 anos.

Nas imagens, que circularam por grupos de WhatsApp, Maurício aparece algemado, em uma viatura, e ainda acusa o secretário de Estado Adnan Demachki e o prefeito de Paragominas, Paulo Tocantins, de participação no assassinato.

“Quero dizer sobre a minha absoluta tranquilidade. Já pedi ao delegado geral que investigue e apure totalmente até o fim. O criminoso é acusado de estuprar uma criança na cidade e já passou alguns anos preso no presídio de Americano. Portanto, quero dar ao povo do Pará a minha resposta, indignação, total apoio à polícia na apuração dos casos e quero a investigação de quem gravou esse vídeo para ser responsabilizado e saber qual é o intuito dessa gravação”, disse o deputado na tribuna, na última quarta-feira (23).

As investigações mostraram que o crime foi planejado por Maurício e Charles, que pretendiam montar um negócio para trabalhar na área de reciclagem do lixão da Prefeitura de Paragominas, mas a vítima, que era detentora com concessão do serviço no município, era considerada um empecilho para os planos dos acusados.

(Carolina Menezes)