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Mulheres ganham espaço na indústria do Pará
05/11/2017 10:18 em Notícias

Aos 33 anos, a paraense Elisângela Pereira, moradora do município de Barcarena se sente uma mulher realizada. Ela foi a primeira mulher a trabalhar na área de produção de uma grande indústria da cidade, mexendo diretamente com operação de máquinas, profissão até então tida como masculina. Ela começou como menor aprendiz, fez curso técnico na área de mecânica e hoje ocupa o cargo de analista de planejamento e controle de produção da mineradora.

Elisângela lembra que não foi fácil no começo, já que o mercado ainda não é tão aberto no setor para as mulheres. É ela quem assume a liderança da equipe na ausência dos superiores, posição que causou receio, mas fez com que ela ganhasse mais confiança no trabalho.

“Pra mim, no início, foi um susto, mas depois foi super legal o crescimento, porque, até então, era tudo novo pra mim. Mas aí fui mostrando meu serviço, minhas qualidades, fui adquirindo confiança na própria gestão da empresa também.”

Segundo dados do Ministério da Educação, o Pará tinha mais de 40 mil pessoas matriculadas na educação profissional até o ano passado. Desse total, mais de 23 mil matrículas eram de mulheres, número superior ao de homens nessa modalidade. Na indústria, como é o caso de Elisângela, dados do Senai apontam que as mulheres representam hoje 25% da força de trabalho. Em áreas tecnológicas da indústria, como a de farmácia e de equipamentos de informática, o número de mulheres chega a ser de 45%, em média. Elisângela Pereira afirma que foi a indústria que deu a ela oportunidades e que ela não quer parar por aí.

“A indústria só veio me acrescentar, só fez eu me desenvolver. Sou muito feliz onde estou e quero buscar mais.”

A pedagoga paraense Elcione Barbalho, atualmente membro da bancada feminina da Câmara dos Deputados (PMDB-PA), elogia a participação das mulheres nesse setor, mas lembra a dificuldade que esse público enfrenta na região Norte.

“A gente sente muita dificuldade na questão da mão de obra, da especialização, treinamentos, cursos. A dificuldade é muito maior, as distâncias são colossais, o quanto é difícil se deslocar para ter um pouco de formação e aproveitar essas oportunidades.”

A região Norte tem quase 120 mil matrículas na educação profissional. No Pará, os municípios com o maior número de matriculados são Belém, Santarém e Abaetetuba.

 

(Agência do Rádio)

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