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59,3 milhões estão com o nome negativado no país, revela pesquisa
15/11/2017 05:10 em Notícias

Levantamento realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e CNDL aponta que número representa 39% da população com idade entre 18 e 95 anos

 

O volume de brasileiros om contas em atraso e registrados nos cadastros de devedores apresentou um leve aumento de 0,20% no último mês de outubro, após sete quedas consecutivas. Desse modo, segundo dados do indicador do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), há aproximadamente 59,3 milhões de brasileiros com alguma conta em atraso e com o CPF restrito para contratar crédito ou fazer compras parceladas.

O número, de acordo com a pesquisa, representa 39% da população com idade entre 18 e 95 anos. “A estimativa tem se mantido estável desde o início de 2016. Por um lado, as dificuldades do cenário recessivo fazem crescer o número de devedores, e por outro a maior restrição do crédito e queda na propensão do consumo age na direção contrária, limitando a tomada de crédito e o crescimento da inadimplência”, explica o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.

A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, afirma que “a tendência de estabilidade da estimativa deve se manter nos próximos meses”.

É na região Sudeste em que se concentra a maior quantidade de consumidores com contas em atraso, em termos absolutos: 24,34 milhões - número que responde por 37% do total de consumidores que residem nesses estados.

A segunda região com maior número absoluto de devedores é o Nordeste, que conta com 16,53 milhões de negativados, ou 41% da população. Em seguida, aparece o Sul, com 8,04 milhões de inadimplentes (36% da população adulta).

Já em termos proporcionais, destaca-se o Norte, que, com 5,42 milhões de devedores, possui 46% de sua população adulta incluída nas listas de negativados, o maior percentual entre as regiões pesquisadas. O Centro-Oeste, por sua vez, aparece com um total de 5,01 milhões de inadimplentes, ou 43% da população.

 

Número de dívidas cai

Outro número calculado pelo SPC Brasil e pela CNDL foi o volume de dívidas em nome de pessoas físicas. Neste caso, houve variação de -4,01% na comparação anual, e de -0,36% na comparação mensal.

Desde o início de 2016, a quantidade de dívidas em atraso desacelera de forma mais intensa do que o número de devedores negativados. “Isso quer dizer que o consumidor inadimplente tem iniciado o pagamento de dívidas em atraso aos poucos”, alerta Marcela Kawauti.

“Além disso, a partir do início da crise, a tomada de novos empréstimos diminuiu significativamente. Como reflexo da queda mais intensa do número de pendências em atraso do que da quantidade de devedores, o número médio de dívidas por devedor também tem mostrado queda”, complementa.

Os dados de dívidas em aberto por setor credor revelam que o segmento de água e luz voltou a apresentar alta do indicador, com variação de 5,93% pela segunda vez seguida. No comércio houve recuo mais acentuado: o número de pendências com o segmento caiu 6,62%. Em seguida, aparecem as dívidas com os bancos (-3,54%). O setor de comunicação apresentou alta de 1,31%.

Em termos de participação, os bancos seguem como os maiores credores do total de dívidas em atraso no país, concentrando 48%. Aparecem, em seguida, o setor de comércio, com 19% do total, e o setor de comunicação (14%). Água e luz concentram 8% das pendências.

 

Metodologia

 

O indicador de inadimplência do consumidor sumariza todas as informações disponíveis nas bases de dados às quais o SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e a CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) têm acesso. As informações disponíveis referem-se a capitais e interior das 27 unidades da federação. A estimativa do número de inadimplentes apresenta erro aproximado de 4 p.p., a um intervalo de confiança de 95%.

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