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Faltam alimentos no interior do Estado
31/05/2018 09:44 em Notícias

Dos 35 mil pontos de vendas abastecidos pela Associação Atacadista do Pará (Adapa), 28 mil são de pequenos comerciantes. Nesses dez dias de greve dos caminhoneiros, eles estão sem produtos de primeira necessidade para vender aos consumidores no interior do Estado. Os supermercadistas também foram atingidos pela greve e faltam, principamente, produtos não perecíveis no interior do Pará, onde não se consegue estocá-los.

Na Região Metropolitana de Belém, as médias e grandes lojas ainda têm produtos não prerecíveis, mas não devem durar muito tempo. Mesmo que haja a desobstrução das rodovias, os supermercados levarão ao menos três dias para normalizar a situação, pois os produtos vêm de fora do Estado. A crise ameaça, ainda, a garantia de emprego de centenas de trabalhadores na área do comércio, indústria e serviços. Essas foram algumas preocupações manifestadas em reunião por representantes das entidades representativas do setor de abastecimento, na manhã de ontem, na sede da sede da Federação do Comércio do Estado do Pará (Fecomércio), Campina, em Belém. Elas ainda não têm balanço dos prejuízos e deverão fazer essa avaliação nos próximos dias.  

Segundo Roberto Malan, presidente da Adapa, a entidade está preocupada com os pontos de vendas do interior. “A parte da Região Metropolitana de Belém conta com os atacarejos para abastecê-la, mas para os interiores  somos nós, atacadistas, que levamos os produtos por rodovias; então, já existe 80% dos nossos clientes sem mercadorias primárias e está ficando crítica a situação, porque levamos alimentos perecíveis, medicamentos, materiais de construção e outros produtos que vão para escolas, hospitais, penitenciárias etc. O caos fica cada vez pior. Há distribuidores grandes dizendo que se, até este final de semana não terminar a greve, vai ter que demitir até 50% do efetivo. Sofrem os trabalhadores e seus familiares, a sociedade e nós também, porque é perca de faturamento e rentabilidade e vai quebrar alguém do setor, porque não vão aguentar. Então a situação está séria”, afirmou o presidente da Adapa, que gera mais de 20 mil empregos diretos no Estado. 

“A informação que tivemos nesta manhã é que existe o desabastecimento maior dos perecíveis nas lojas do interior. Temos ainda um estoque que segura pelo menos sete dias daquela parte chamada de mercearia, que é o arroz, açúcar, óleo e leite, acaba um item, uma marca, mas tem outra. Graças a Deus, nenhum ainda fechou as portas, mas a nossa preocupação é quando vai acabar essa greve, porque para o reabastecimento ainda vai levar tempo, já que nossos produtos vêm de fora, como São Paulo. Se voltar ao normal, o prazo são de, no mínimo, três dias para reabastecer, isso se o carro vier direto para Belém. Infelizmente, tem setores que se não regularizar, como o hortifrutigrangeiro, vamos ter que demitir, porque não temos outra alternativa e isso nos preocupa”, disse Jorge Portugal, presidente da Associação Paraense de Supermercados (Aspas), que conta com mais de três mil lojas no Pará. 

O presidente do Conselho Regional dos Representantes Comerciários (Core), Eli RIcardo de Lima, destacou que a entidade é o elo entre a indústria e os representantes, e também está prejudicada. “Estamos sem a possibilidade de realizarmos nosso trabalho, pois somos agentes de um negócio que está com o mercado totalmente parado. Temos hoje certa dificuldade porque o representante é remunerado na representação dos títulos e muitos deles estão sendo prorrogados e estão nos caminhões para serem entregues. Temos 28 mil credenciados na inércia e aguardando essa condução do governo em busca de melhoria, porque boa parte não tem como arcar com os prejuízos. Eles já repensam como quitar os salários e manter os promotores nas lojas. Lutamos pela sobrevivência da categoria”, ressaltou Lima. 

CARNES

Desde sexta-feira, 25, outro setor que está com a produção parada é o de carne e derivados. “Não ocorre abate em todo o Pará, porque não tem insumos para proceder e escoar a produção. Os abatedores de aves também estão parados e a preocupação deles é maior, porque a ave é alimentada com grãos, que não estão chegando para os animais.

 

Fonte: ORM

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