Os motociclistas do Pará são os que mais morrem por acidentes de transportes relacionados ao trabalho no Estado. Os dados são de um levantamento inédito realiza- do pelo Ministério da Saúde com os dados dos Sistemas de Informação de Agravo e Noti- ficações (Sinan) e do de Morta- lidade (SIM). O estudo apontou 89 óbitos dos trabalhadores de duas rodas, entre os anos de 2007 e 2016.

Contando com todos os tipos de transportes, o Pará registrou 533 mortes no mesmo período. Para chegar a esta constatação, foram considerados os acidentes ocorridos quando o trabalhador tem uma função que envolve locomoção ou quando estava indo ou voltando do local de trabalho.

Em onze anos, o número de notificações de acidentes de transporte relacionados ao trabalho, no Pará, foi de 1028. Os anos de 2013 (330) e 2014 (258)foram os que apresentaram os maiores números de notificações para um único ano. Em 2017, os índices caíram 67,3% no Estado, sendo registrados 33 acidentes quando comparados ao ano de 2016 (101).

Em toda a região Norte, foram registradas 1.399 mortes, sendo 273 de motociclistas e 205 de caminhoneiros- as maiores vítimas. Quando falamos em acidentes, a região Norte foi a que menos teve ocorrências do tipo. Foram 11.753 acidentes entre os anos de 2007 e 2016, tendo o seu pico nos de 2013 (2.072) e 2014 (1.615). Em 2017,  região teve redução de 39,5% nas notificações, com 897 registros quando também comprado ao ano anterior.

O estudo também informa que, no Brasil, oito em cada 10 acidentes de trânsito relaciona- dos ao trabalho foram sofridos por homens. Por faixa etária, os jovens com idades entre 18 e 29 anos foram as maiores vítimas (40,1%) e quase metade desses acidentes ocorreram nos estados da região Sudeste (47,5%). Quando falamos em lesões, o Sinan registrou que 22,5% delas atingiram membros inferiores e 15,7% nos superiores. Desses acidentes, 63% evoluíram para incapacidade temporária.

O coeficiente de mortalidade, no Brasil, por acidentes de transporte relacionados ao trabalho foi de 1,5 óbito a cada 100 mil. Entre os estados, destacam-se Rondônia (4,9), Mato Grosso (4,3), Paraná (3,2) e Santa Catarina (3,1). De acordo com o Ipea, essas regiões possuem fatores que contribuem para esse destaque, como maior Produto Interno Bruto (PIB), maior concentração de riquezas, de número de veículos motorizados e de viagens refletem no maior volume de tráfego de acidentes nesses estados.

Fonte: ORM