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Juíza volta atrás em pedido de exoneração e pede licença médica ao TJPA
04/10/2018 06:09 em Notícias

Mais cedo a juíza havia requerido sua exoneração do cargo. Ela é substituta na Comarca de Xinguara-PA

A juíza Ana Carolina Barbosa Pereira (foto), que havia pedido exoneração do cargo de magistrada do Tribunal de Justiça do Estado do Pará alegando dificuldades de logística e na atenção dispensada pelo TJPA aos magistrados do interior, voltou atrás e agora vai se licenciar para tratamento médico, conforme requerimento abaixo.

Agora há pouco a juíza fez circular a seguinte nota:

”Colegas (e amigos), fiquei emocionada com as manifestações de todos. Confesso que há mais de seis meses vinha pensando na exoneração e cheguei a escrever o texto que acabou circulando sem qualquer intenção, já que foi enviado apenas ao Tribunal.

Mesmo sem ter outra opção em vista, mesmo amando o que eu faço, havia desistido de seguir na Magistratura do Pará. Doeu muito, mas precisei colocar minha saúde acima de tudo. Pânico, choros diários, crises de ansiedade e medo. Eram esses os sentimentos que prevaleciam no meu dia a dia e que se apagavam quando, raras vezes, eu reencontrava a minha família cearense ou goiana.

No dia 02.10, ao retornar das férias, enfrentei mais uma crise de pânico e precisei de ajuda médica imediata. Na última semana chorei todos os dias com medo do retorno. Com medo de reencontrar exatamente o mesmo cenário. Nunca quis me afastar por atestado, pois não queria carregar o status de “louca”. Depois de protocolar meu pedido, recebi incondicional apoio da AMEPA e da AMB, pedindo que eu pensasse e, se fosse o caso, que me licenciasse antes de decidir.

Embora estivesse convicta da minha escolha e também das consequências (especialmente das verdades que escrevi), solicitei o cancelamento da exoneração e fiz um pedido de auxílio da junta médica do Tribunal.

Estou justificando porque sei que esse novo Siga Doc já está circulando e, apesar de saber que muitos sentem a mesma coisa que eu, não quero que pensem que eu me acovardei, que fiz chilique ou que só quis aparecer. Meu grito foi ouvido. Minha dor foi sentida por todos. Preciso de ajuda e decidi aceitar para depois efetivar ou não a minha decisão inicial.

Obrigada por tudo!”

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