Número corresponde a 46,6% da população, maior proporção do País.
Às vésperas do fim de ano, o contingente de negativados segue elevado na Região Norte. A região fechou o último mês de novembro com 5,65 milhões de consumidores com contas em atraso e registrados em lista de devedores, o que representa 46,6% da população com 18 anos ou mais. Os dados são da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
O número reflete o quadro de dificuldade que ainda pesa sobre as famílias da região.
Mesmo com a recuperação econômica iniciada em 2017, o desemprego permanece elevado e a renda não superou os patamares de antes da crise, prejudicando a capacidade pagamento dos consumidores.
A proporção nortista de negativados é a maior entre todas as regiões do País, seguido pelos resultados do Nordeste, com 42,3% dos habitantes (17,22 milhões) nesta situação; do Centro-Oeste, com 42,9% da população (5,02 milhões); do Sudeste, com 40,1% (26,72 milhões); e do Sul, com 37,0% (8,41 milhões).
Em todo o País, o número de consumidores registrados nos cadastros de proteção ao crédito alcançou a marca dos 63,1 milhões em novembro, o que corresponde a 41,8% da população brasileira adulta.
No mês passado, o número de devedores da região Norte avançou 0,54%, em relação a setembro. Na comparação anual, isto é, em relação a novembro de 2017, a alta foi de 1,37%.
Esta é a maior variação na região desde outubro de 2017, quando o indicador apresentou um crescimento de 0,05% na comparação anual.
Em todo o País, o volume de consumidores com contas em atraso e registrados em listas de inadimplentes cresceu 6,03% no último mês de novembro na comparação com igual mês do ano passado.
Trata-se do crescimento mais acentuado para os meses de novembro desde 2011, quando a alta observada fora de 8,10%.
A região que mais contribuiu para a alta da inadimplência em novembro foi o Sudeste, cujo crescimento foi de 12,5% no período.
No Sul, a alta foi de 2,1%; seguido do Nordeste (1,6%) e do Norte. A única região a ter queda na quantidade de brasileiros inadimplentes foi o Centro-Oeste, com recuo de -2,7%.
"Os dois pilares fundamentais, que são emprego e renda, ainda enfrentam percalços. Por isso que o fim da recessão não foi o suficiente para melhorar as finanças do brasileiro. O ambiente econômico vem esboçando uma retomada gradual e bastante lenta e frustrou as expectativas de que o ano de 2018 seria o da consolidação dessa recuperação", explica o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.
Idade
Dados do indicador também revelam que o crescimento da inadimplência é mais expressivo conforme aumenta a idade do consumidor.
Em novembro, aumentou em 11,8% o volume de idosos com idade entre 65 e 84 registrados como inadimplentes.
As altas também foram elevadas em outras faixas etárias como a que vai dos 50 aos 64 anos (8,5%), acima de 85 anos (7,7%) e dos 40 aos 49 anos (7,1%).
Considerando as pessoas de 30 a 39 anos, houve um aumento de 3,9% no volume de inadimplentes.
Entre a população mais jovem, a inadimplência apresentou retração em novembro, como a queda de -22,3% entre devedores de 18 a 24 anos e a de -4,0% levando em conta os consumidores de 25 a 29 anos.
Volume de dívidas aumenta em novembro
Outro dado calculado pela CNDL e pelo SPC Brasil é o volume de dívidas que estão no nome de pessoas físicas.
Na região Norte, o número de dívidas em atraso cresceu 0,49% em relação a outubro, mantendo o avanço apontado no mês anterior (1,25%).
Na base de comparação com o mesmo mês do ano passado, foi verificado uma um redução de 1,18% no total de dívidas, revertendo a alta anotada em outubro de 1,57%.
Em todo o País houve uma alta de 4,77% em novembro frente o mesmo mês de 2017.
O dado representa uma forte aceleração do crescimento das dívidas, uma vez que em novembro do ano passado, a quantidade de dívidas havia caído 3,8%.
A abertura do indicador por setor da economia revela que as dívidas bancárias, que englobam cartão de crédito, cheque especial, financiamentos e empréstimos, foi a líder no ranking de crescimento, com alta de 10% no período.
Em seguida surgem os atrasos com serviços de internet, TV por assinatura e telefonia, cuja alta foi de 9%.
Já as contas básicas para o funcionamento da residência, como água e luz, cresceram 7,1% no volume de atrasos.
O único setor a apresentar queda na quantidade de dívidas não pagas foi o comércio, que teve recuo de 6,6%.
De modo geral, as dívidas com instituições financeiras continuam ocupando a maior fatia do total de dívidas que estão em atraso no país: 51% das pendências são devidas a essas empresas.
Logo depois vem os serviços de comunicação (15%), crediário no comércio (17%) e contas de água e luz (9%).
População no cadastro de negativados (Novembro/2018):
Brasil – 41,8% (63,1 milhões)
Norte – 46,6% (5,65 milhões)
Nordeste – 42,3% (17,22 milhões)
Centro-Oeste – 42,9% (5,02 milhões)
Sudeste – 40,1% (26,72 milhões)
Sul – 37,0% (8,41 milhões)
Devedores na Região Norte
Variação mensal (de outubro de 2018 para novembro de 2018): +0,54%
Variação anual (de novembro de 2017 para novembro de 2018): +1,37%
Fonte: SPC Brasil/CNDL