Jornal do Brasil
O jornalista americano Cody Weddle, colaborador de vários meios de comunicação americanos, e seu ajudante venezuelano Carlos Camacho foram presos nesta quarta-feira (6) em Caracas por membros do serviço de Inteligência militar, permanecendo sob custódia por mais de 12 horas, o que motivou protestos de Washington.
"Cody Weddle foi libertado após ter sido detido pelas autoridades venezuelanas", informou o canal 10 News de Miami, acrescentando que Camacho também está solto.
O Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa (SNTP) assinalou no Twitter que o jornalista "foi levado ao Aeroporto Internacional Simón Bolívar para ser deportado".
Mais cedo, o diretor da ONG Espaço Público, Carlos Correa, informou "que na parte da manhã a Direção de Contra-inteligência militar chegou" à residência de Weddle para realizar buscas "e o questionou sobre a cobertura que fez (em 23 de fevereiro) na fronteira".
Segundo o SNTP, a Direção de Contra-inteligencia (Dgcim) invadiu a residência de Weddle em Caracas às 08H00 desta quarta-feira, detendo o jornalista.
A subsecretária americana de Estado para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Kimberly Breier, condenou a detenção de Weddle, jornalista independente que está há anos na Venezuela, onde atua para as redes de televisão ABC e CBC, e os jornais Miami Herald e The Telegraph.
"O Departamento de Estado está a par e profundamente preocupado com as informações de que outro jornalista americano foi detido na Venezuela por Maduro, que prefere reprimir a verdade no lugar de enfrentá-la".
"Ser jornalista não é crime. Exigimos sua libertação imediata e ileso", disse Breier no Twitter.
Robert Palladino, porta-voz do Departamento de Estado, deplorou no Twitter as ameaças à liberdade de expressão sob o "regime de Maduro".
A fracassada tentativa de fazer entrar na Venezuela ajuda internacional em 23 de fevereiro resultou em intensos distúrbios nas fronteiras da Venezuela com a Colômbia e com o Brasil, que causaram sete mortes e cerca de 300 feridos.