Após atender a última paciente depois um longo dia de trabalho, o ginecologista e obstetra paraense, Antônio Julio Barbosa, passou por um momento inusitado há exatamente uma semana.

Acostumado a fazer partos naturais, mas em ambientes com todo o apoio e material adequado, ele foi surpreendido por uma situação inesperada: fazer um parto de urgência dentro de um veículo de aplicativos que estava na garagem do prédio onde funciona sua clínica de parto natural.

Júlio conta que foi chamado pelo porteiro do prédio que encontrou uma jovem chilena (no Brasil há 4 meses) em trabalho de parto.

"Ela foi no Google e buscou uma casa de parto natural e acabou encontrando o "Centro Paulista de Parto Natural", onde ela imaginava ser o local que ela buscava, mas na verdade se tratava do meu consultório", explicou o médico.

Ao ver a mulher angustiada, já em trabalho de parto dentro do veículo de aplicativo, e pedindo que queria ter a criança de forma natural, a jovem Tania gritou ao ouvir se aproximar uma ambulância. “Não quero ir para um hospital, por favor, não me levem para hospital".

Foi então que o médico a avaliou, e chegou a conclusão que seria possível realizar o desejo da jovem: ter o filho pelo meio natural."Avaliei os riscos, vi que seria possível e fiquei feliz por poder auxiliá-la e garantir o mínimo de segurança a ela e ao seu bebê, que agora já pedia para nascer.

Escutei de novo os batimentos e estava tudo ok, pedi para que ela respirasse e seguisse os instintos do seu corpo!”, detalhou Antônio Julio, que acabou realizando o parto demtro do carro do motorista de aplicativos.

Poucos minutos depois, a jovem deu à luz ao pequeno Thaile, um menino sadio e perfeito. "Coloquei o bebê no seio da mãe, para o contato pele a pele e para o seu aquecimento, como se preconiza logo após o nascimento.

Não cortei o cordão umbilical. Deixei os dois permanecerem unidos e dessa forma ela foi colocada na ambulância e levada ao hospital para uma avaliação pós parto e para o bebê ser examinado. Fiquei na garagem parado, de luvas e avental.

Olhei para minha mulher, que estava comigo e assistiu a tudo, e não me contenho em pensar: mas que dia lindo para participar de um milagre!”, finalizou.

Por Heloá Canali