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Região Norte tem 6,1 milhões de inadimplentes
03/11/2019 09:21 em Notícias

A lenta recuperação da economia não têm colaborado para a queda da inadimplência na região Norte. Segundo dados apurados pelo Indicador de Inadimplência do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), a região concentrou no último mês de setembro 6,13 milhões de consumidores com alguma conta em atraso e com o CPF restrito para contratar crédito ou fazer compras parceladas.

O número representa 50,75% da população adulta. A proporção é a maior entre todas as regiões do País, seguido pelos resultados do Nordeste, com 42,20% dos habitantes (17,11 milhões); do Centro-Oeste, com 42,03% da população com nome sujo (4,96 milhões de inadimplentes); do Sudeste, com 40,33% (26,77 milhões); e do Sul, com 37,61% (8,55 milhões).

Em todo o País, o número de consumidores registrados nos cadastros de proteção ao crédito alcançou a marca dos 63,2 milhões, o que representa quase 41,02% da população adulta - volume 1,35% superior ao de setembro de 2018. Trata-se da menor expansão do número de devedores desde dezembro de 2017, quando a variação também havia sido de 1,3%. Em setembro do ano passado, a inadimplência cresceu 3,9%. Em relação a agosto de 2019, o montante de inadimplentes caiu 0,55%.

Dados mais detalhados do indicador revelam que os percentuais anuais de consumidores negativados cresceram em três das cinco regiões, sendo a mais acentuada na região Norte, cujo crescimento foi de 5,31%. A variação superou a do Sudeste, que vinha sendo a região com maior crescimento desde janeiro de 2017, pelo terceiro mês consecutivo. Sudeste e Sul apresentaram crescimento de 3,15% e 1,12%, respectivamente. No Centro-Oeste e Nordeste, houve pequenos recuos de -0,63 e -0,47%, respectivamente. Na passagem mensal, todas as regiões apresentaram queda no número de devedores - em todos os casos abaixo de 1%.

Região ainda está na contramão do restante do País

Outro dado que caminha na mesma direção é o número de dívidas em atraso, que teve queda no País de -2,5% em setembro deste ano na comparação com o mesmo mês do ano passado – a quarta contração seguida e a mais expressiva desde dezembro de 2017. Nesta análise, apenas o Norte apresentou avanço no número de dívidas, de 0,55%. As demais regiões mostraram uma queda no número de dívidas registradas. Centro-Oeste apresentou o maior resultado, queda de 6,27%. Nordeste, Sul e Sudeste apresentaram queda de, respectivamente, 3,98%, 2,94% e 0,51%. Na avaliação do presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, a expectativa é de que a inadimplência não volte a crescer a taxas expressivas no curto prazo, mas apresente sinais de estabilidade. “A economia e o consumo seguem se recuperando de forma lenta e gradual e assim deverá ser o comportamento dos próximos meses. Isso impedirá que a inadimplência cresça a taxas expressivas como no passado, mas por sua vez, também não será o suficiente para induzir uma queda mais acentuada no número de atrasos. Ainda demorará para observarmos um aumento expressivo na renda do brasileiro e na queda do desemprego, que são os fatores que mais pesam na capacidade de pagamento das famílias”, analisa Pellizzaro Junior.

CONTAS

O detalhamento por setor da economia mostra que com exceção dos compromissos com contas básicas, como água e luz, que aumentou 19%, houve queda da inadimplência de forma generalizada em todos os segmentos. No caso das dívidas bancárias, que levam em conta atrasos com faturas de cartão de crédito, cheque especial, financiamentos e empréstimos, houve uma pequena queda de -0,3% em setembro na comparação com igual mês de 2018. Foi a primeira vez que o setor teve queda desde novembro de 2017.

O indicador ainda revela que houve queda expressiva de -20,1% nos atrasos com contas de telefone, TV por assinatura e internet e uma retração de -4,2% da inadimplência no crediário de departamentos comerciais. Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, a diminuição dos atrasos nas dívidas bancárias é um fator a ser comemorado, uma vez que elas respondem pela maior parte das dívidas em aberto no país, respondendo sozinhas por uma fatia de 53%.

“As dívidas com instituições financeiras também são as que cobram os juros mais caros do mercado em casos de atraso. A falta de pagamento com esse tipo de dívida pode transformar valores modestos em cifras praticamente impagáveis porque podem superar em várias vezes a renda do consumidor”, analisa a economista. Em termos de participação, do total de dívidas não pagas no país, 18% foram feitas no comércio, 12% são com empresas de comunicação e 10% se concentram em companhias de serviços básicos, como água e luz.

Quanto ao perfil de quem está com contas sem pagar, o levantamento mostra que entre os consumidores mais jovens, há queda no volume de inadimplentes. A retração mais acentuada é entre quem tem de 18 a 24 anos, em que houve uma diminuição de -22,4% na comparação entre setembro deste ano com igual mês de 2018. Também houve queda nas faixas de 25 a 29 anos (-9,7%) e de 30 a 39 anos (-1,5%). Essa última, aliás, é a que tem mais peso entre todas as faixas etárias, uma vez que mais de um quarto (25%) das pessoas inadimplentes no país está na casa dos 30 anos de idade.Já o aumento mais expressivo da inadimplência se deu entre os de idade mais avançada: crescimento de 6,4% entre quem tem de 64 a 84 anos, alta de 3,9% na faixa dos 50 aos 64 anos e aumento de 2,5% para quem tem de 40 a 49 anos. Em média, cada inadimplente brasileiro tem duas dívidas em aberto, sendo que na maior parte dos casos a soma não ultrapassa quatro dígitos: 37% devem até R$ 500; 16% entre R$ 500 e R$ 1.000; 21% entre R$.1000 e R$ 2.500; 16% entre R$ 2.500 e R$ 7.500 e 11% devem mais de R$ 7.500.

 

Fonte: O Liberal

 

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