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Gripe ou Influenza é uma das doenças que mais afeta os paraenses no período sazonal
25/12/2019 18:04 em Notícias

Devido às chuvas, a sazonalidade ocorre no Pará geralmente de janeiro a abril

A gripe provocada pelo vírus da Influenza é uma das principais doenças relacionadas à sazonalidade que acometem as pessoas no Pará. Devido às chuvas, a sazonalidade ocorre no Pará geralmente no período que se estende de janeiro a abril. Em 2019, o Estado já totaliza 55 casos positivos para Influenza. Destes, 30 para Influenza A (H1N1) e 25 Influenza B.

Sem informar os dados absolutos, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) disse ainda que, em 2019, os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) caíram 16% em relação ao ano de 2018.

Os números de óbitos também tiveram queda de 8%.

A maioria dos casos de influenza foram notificados em Belém, na qual, até o último dia 20, foram notificados 109 casos de SRAG, dos quais 14 confirmados para Influenza. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), nove residentes em Belém aguardam resultado e não há registros de óbitos.

A SRAG ou pneumonia atípica é um agravamento de um quadro gripal.O doutor Nelson Gonçalves, professor de Epidemiologia da Faculdade de Medicina da Universidade do Estado do Pará, esclarece sobre as principais doenças que acometem as pessoas relacionadas à sazonalidade no Estado, como a gripe provocada pelo vírus da Influenza.

“Elas (as doenças) vão ocorrer a partir dos diversos processos etiológicos. A sazonalidade marca maior incidência em vários tipos de doenças, como parasitárias, bacterianas e virais. Isso é mediado pelas características dos territórios, pelo próprio espaço geográfico. Quando falamos do Pará, por ser um estado muito grande, os municípios, as regiões e as mesorregiões têm relacionadas à sazonalidade a probabilidade de ter maior incidência de uma determinada doença que de outra em outro lugar. Porém, de forma mais generalista, observamos que neste momento a mais relacionada à sazonalidade é a gripe, provocada pelo vírus da Influenza”, esclarece Gonçalves.

IDOSOS E CRIANÇAS SÃO MAIS FRÁGEIS

Ainda segundo ele, pelo fato de a gripe ser uma doença altamente contagiosa preocupa, principalmente, em determinados fragmentos da população, a exemplos dos idosos, já que a epidemiologia brasileira aponta que 40% dos brasileiros sofrem de algum problema respiratório e devido ao comprometimento pulmonar.

Além desse grupo, as crianças também são bastante expostas a essa doença.“Quando falo da questão da idade, destaco aí as crianças e os idosos. Os idosos também precisam de uma atenção maior, pois os sintomas da gripe são muito intensos e podem restringir o cotidiano de uma pessoa infectada. Embora a gripe não seja uma doença grave, é responsável pela morte de milhares de pessoas, principalmente por estar relacionada à baixa imunidade do paciente. Ou associação com outras doenças, como a pneumonia, que pode apresentar um processo evolutivo. Posto que o idoso já apresenta baixa imunidade e está mais exposto às formas mais severas, e associação com outras doenças é extremamente perigosas como a pneumonia”, destaca.

PRINCIPAIS FORMAS DE PREVENÇÃO

Diante desses riscos, o professor enfatiza a importância de ações pelo poder público e pela imprensa para a sensibilização da população e também dos idosos à conscientização da necessidade de serem imunizados pela vacinação contra a gripe e higiene pessoal, consideradas como as principais formas de prevenção da doença.

“É importante a educação em saúde, como difundir informações de que as pessoas precisam se vacinar e terem cuidados com a higiene, como criar o hábito de lavar sempre as mãos com água e sabão e higienizando com álcool em gel, evitar coçar os olhos e colocar as mãos nos olhos e no nariz. Tudo isso porque o vírus da gripe é facilmente transmitido. Esses simples hábitos já evitam muito o contágio. São coisas básicas que passam pelo conceito de educação em saúde, mas que precisam ser sempre lembrados”, frisa.

Os sintomas da gripe provocada pelo vírus da Influenza são similares a todos os processos infeciosos: febre, dor intensa muscular, produção de secreção. “São processos que têm um conjunto de sinais e sintomas muito intensos. É importante que haja uma alimentação adequada, variada, equilibrada, com vitaminas, minerais e proteínas. Além de ingerir bastante água”, orienta o doutor.

OUTRAS DOENÇAS TAMBÉM EXPRESSIVAS

Outras doenças virais que ele destaca também expressivas são a dengue, chikungunya e a zika vírus. “Mas outras questões também estão ligadas nesse processo, como a conscientização da necessidade da proteção individual e coletiva, a eliminação de focos dessas doenças, a não produção de criadouros para os vetores, enfim, elas estão bem ligadas às questões ambientais”, alerta o doutor.

Sob o ponto de vista de doenças transmitidas por vetores e parasitárias, o doutor Nelson Gonçalves, professor de Epidemiologia da Faculdade de Medicina da Universidade do Estado do Pará, destaca a malária ainda como doença relacionada à sazonalidade no Pará. “Ela tem também grande expressividade talvez nem tanto no meio urbano, mas mais na área rural, no tempo intersticial”, afirma Nelson Gonçalves. 

VACINAÇÃO

Em relação à vacinação, a Sesma informou que, conforme preconiza o Ministério da Saúde, o município de Belém realiza a campanha anual da vacinação contra a gripe, conforme o Calendário Nacional de Imunização, para a população dos grupos de risco. As vacinas são disponibilizadas no período da Campanha Nacional de Imunização contra a gripe. A Sespa não esclareceu sobre as ações de vacinação no Estado.

 

Por Cleide Magalhães

 

Igor Mota / O Liberal

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