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Mais de 1 mil paraenses estão na fila dos transplantes
28/09/2016 08:13 em Notícias

De janeiro a abril deste ano, 73 doentes entraram na fila por um órgão, totalizando 1.137 pessoas à espera. Desses, 1.052 aguardam um transplante de córnea e 85 de rim. Os números foram divulgados pela Central de Transplantes do Estado do Pará, onde sãorealizados apenas os transplantes de rim e córnea. A captação ocorre principalmente em Belém e Santarém, locais onde é possível fazer os procedimentos legais necessários, principalmente no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência, que atende 90% dos casos. 

A não autorização da família ainda é o principal desafio desta causa e por isso, a Associação dos Centros de Nefrologia do Estado do Pará (Pará Nefro) dedicou os dias 26 e 27 deste mês para realizar uma ação para sensibilizar potenciais doadores. Profissionais da saúde aferiram a pressão arterial e as taxas de glicemia das pessoas que circulavam pelo local e aproveitavam para informar sobre a doação de órgãos. À noite ainda houve passeio ciclístico. A programação lembrou o Dia Nacional do Doador de Órgãos, celebrado ontem.

De acordo com o presidente da Pará Nefro, Daniel Daher, a hipertensão e o diabetes são as principais causas de insuficiência renal, levando o paciente a necessitar de um transplante do órgão. “Grande parte das pessoas que têm hipertensão e diabetes não sabe. São doenças silenciosas, que pegam de surpresa. Se a pessoa descobrir com antecedência, ela pode fazer o tratamento e ter qualidade de vida”, alerta.

Daher concordou que a resistência familiar à doação ainda é muito grande e que a informação pode reverter este quadro. “A gente sabe que a decisão da doação de órgãos é sempre um momento difícil, quando perdemos um ente querido. Mas as pessoas precisam pensar que elas podem salvar outras vidas. Uma única pessoa pode salvar até dez pacientes”, diz. “Existe um conceito muito errado de tráfico de órgãos e isso é uma mentira muito grande. Para ter uma doação precisa ter compatibilidade sanguínea. Muitas vezes quando aparece um doador não é o primeiro da fila de espera que recebe o órgão, é aquele que é compatível. Então não há sentido dizer que há tráfico de órgãos”, esclarece o presidente da Pará Nefro.

Quem procurou pelo atendimento médico ou foi abordado por uma das sensibilizadoras que circulavam pelo shopping aproveitou para checar se a saúde estava em dia. Foi o que aconteceu com a aposentada Amélia Costa, 75, que é diabética e o resultado do teste de glicemia foi normal. “Ainda bem que estou com a diabetes controlada. Faço meu tratamento direitinho, mas sempre fico checando”.

Arianderson Souza, 22, não teve uma notícia muito boa. Com a pressão em 15 por nove, os profissionais de saúde o orientaram a se consultar com um médico para avaliar a situação. “Eu não esperava. Fui pego de surpresa. Vou procurar o médico e me tratar”, promete.

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