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Carros funerários seguem fazendo fila à porta do IML de Belém
04/05/2020 13:50 em Notícias

Apesar de governo dizer que dobrou capacidade de verificação de óbito, situação segue nesta segunda-feira

 

Fábio Costa / O Liberal

Mais de dez carros funerários faziam fila, na manhã desta segunda-feira (04), em frente ao Centro de Perícias Científicas Renato Chaves (CPC). A situação difere da afirmação do diretor-geral do CPC, Celso Mascarenhas, que declarou, na tarde do último domingo (03), que após implatação de algumas medidas, como dobrar a capacidade técnica para atender a crescente demanda da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) ao Serviço de Verificação de Óbito (SVO), responsável pela análise das mortes por causa natural ou doenças diversas, as filas teriam sido eliminadas.

"Nós já tiramos o contêiner antigo das dependências e trocamos por um novo contêiner, no sentido de atender a uma quantidade maior de corpos, principalmente para dar suporte à demanda reprimida de sábado", informou o diretor-geral. "O CPC já havia adquirido um contêiner com capacidade para 35 corpos desde domingo passado. A Sespa já nos forneceu outro com capacidade para 15 corpos, e hoje [domingo] vamos instalar mais um com capacidade para 25 corpos", completou.

Entretanto, o que se via no local, às 9h desta segunda, eram 14 carros funerários, de diversas empresas, enfileirados, e cerca de 30 familiares, em tendas, à espera de seus entes. O número de tendas informado pelo diretor também difere do que fora visto em frente ao órgão. Segundo Mascarenhas, mais cinco tendas seriam montadas, ainda no domingo (03), em frente ao CPC, para dar suporte aos familiares. Apesar disso, a equipe de reportagem, na manhã de segunda-feira, contabilizou, ao todo, apenas quatro tendas no local.

A Redação Integrada de O Liberal entrou em contato com a Sespa e com a Secretaria de Comunicação (Secom) do Governo e solicitou posicionamento dos órgãos a respeito dos desencontros de informações entre o que foi dito pelo diretor-geral do CPC e o que fora visto nesta manhã em frente ao órgão. Até a publicação desta matéria, entretanto, não obtivemos retorno. A equipe de reportagem também perguntou aos órgãos se o novo contêiner, com capacidade para mais 25 corpos, foi instalado e qual está sendo o tempo médio para a remoção de corpos em hospitais e casas em casos de mortes naturais ou doenças diversas. Nenhum dos questionamentos foi respondido até às 13h desta segunda (04).

LIBERAÇÃO DE CORPOS

Até o final da manhã de domingo (03), 26 corpos, sendo oitos suspeitos de mortes por Covid-19, foram liberados. A expectativa era que, até o fim do dia, 50 corpos fossem liberados às famílias. Segundo Mascarenhas, o Centro de Perícias já incrementou o quadro administrativo para reforçar o SVO e o tempo médio de liberação é de 20 a 40 minutos em relação ao último sábado (02).

ORIENTAÇÕES

O CPC esclarece que em casos de mortes por causas naturais em domicílio, os familiares não podem fazer a solicitação diretamente ao centro. Eles devem, na verdade, se dirigir à delegacia e registrar um boletim de ocorrência para que, a partir disso, as autoridades policiais acionem a equipe de remoção do SVO.

Em relação às mortes naturais em hospitais e outras unidades de saúde, a solicitação de remoção ao SVO deve ser feita pelo médico, isto quando o paciente tem menos de 24 horas de internação e a equipe médica não tem condições clínicas de atestar a causa da morte. O mesmo ocorre nos casos em que o paciente esteja com mais de 24 horas de internação em uma unidade hospitalar e os médicos não têm condições de atestar a causa do óbito. Nessa situação, o caso é considerado como de interesse epidemiológico ou científico e, por isso, a equipe médica solicita a remoção do corpo.

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