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Com preço em alta, MST segue vendendo arroz com o mesmo preço de antes
12/09/2020 05:01 em Notícias

 

Os pequenos produtores assentados pelo MST seguem com seus preços e sua missão

 

Com informações do Brasil de Fato

 

O preço de tudo, mas principalmente do quilo do arroz está assustando brasileiros em todo o país. As razões da alta são várias, mas nenhuma delas passa pelos pequenos produtores, que mantiveram o produto ao mesmo preço de sempre. É o que explica Nelson Krupinski, produtor de arroz orgânico no assentamento Jânio Guedes em São Jerônimo, Rio Grande do Sul, assentado da Reforma Agrária do Movimento dos Sem Terra (MST) e sócio da Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre (Cootap).

 

Segundo o agricultor, os grandes produtores estão usando a prática de estocar e não vender a produção, forçando assim o aumento dos preços. Os pequenos produtores, diz Nelson, não têm capital suficiente para tanto. “Os pequenos produtores já comercializaram sua safra há muito tempo, porque é o normal”, afirmou.

 

Mesmo com todas as possibilidades de aumentar seus preços e lucrar como nunca antes, os pequenos produtores assentados pelo MST seguem com seus preços e sua missão. “Estamos garantindo o abastecimento das escolas e também das feiras e dos nossos pontos de venda”, afirmou Nelson.

 

Nessa equação da alta de preços, o governo também entra. Desde que deixou de ter um estoque regulatório de alimentos, o governo abdicou de intervir no mercado. Mesmo em torno do benefício de sua população. Assim, não há uma política nacional de subsistência e a segurança alimentar, está nas mãos invisíveis do mercado.

 

Cooperativa de trabalhadores

 

A Cootap congrega mais de 600 famílias bastante parecidas com as de Nelson. Pequenos agricultores que plantam cerca de 10 hectares de arroz orgânico por ano, com mão de obra familiar e seguindo os princípios da agroecologia. Ou seja, um pequeno produtor que produz alimentos, e não commodities para o mercado externo.

 

De acordo com ele, um dos princípios norteadores da produção é o respeito à terra: “buscamos preservar os recursos naturais, as águas existentes. Nosso manejo é todo baseado na produção agroecológica, sem uso do agrotóxico, que contamina o solo, os lençóis freáticos e os animais aquáticos”.

 

Contudo, não é só o respeito à natureza que o guia. Com orgulho, ele diz por si e por seus iguais: “Acreditamos que o acesso a alimentos saudáveis é um direito universal”.

 

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