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PM confirma morte de coronel Pantoja por covid-19
12/11/2020 13:42 em Notícias

A Polícia Militar do Estado do Pará (PMPA) emitiu nota sobre a morte do coronel da reserva remunerada Mário Colares Pantoja, ocorrida nesta quarta-feira (11), em Belém, por complicações relacionadas à covid-19.

Ele tinha 74 anos e havia sido condenado a 228 anos de prisão pelo Massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 17 de abril de 1996, mas cumpria pena em liberdade.

 Condenado pelo Massacre dos Carajás, coronel Mário Colares Pantoja morre em Belém

"A PMPA informa que o coronel da reserva remunerada Mário Colares Pantoja, 74 anos, faleceu nesta quarta-feira (11), em um hospital particular em Belém. O policial militar faleceu por complicações de saúde relacionadas à covid-19.

O sepultamento ocorreu na manhã desta quinta-feira (12), em um cemitério particular. O Centro Integrado de Atenção Psicossocial (Ciap) da PM presta assistência à família do militar", informou o órgão.

O coronel era o comandante da tropa do 4º Batalhão de Polícia Militar sediado em Marabá, no sudeste do Estado, e usava tornozeleira eletrônica no momento de sua morte.

No massacre em Eldorado dos Carajás, 19 trabalhadores sem-terra foram assassinados em confronto com a PM.

Mário Colares Pantoja e o major José Maria Pereira Oliveira tiveram a mesma condenação. Eles ficaram em liberdade durante 16 anos e foram presos em 2012.

Pantoja cumpriu quatro anos de pena em regime fechado, mas conseguiu prisão domiciliar em habeas corpus sob a alegação de motivos de saúde.

Relembre o caso

Na tarde de 17 de abril de 1996, uma quarta-feira, cerca de 1,5 mil trabalhadores ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) estavam acampados em um trecho da rodovia PA-150, em Eldorado dos Carajás, sul do Pará, em um protesto contra a demora da desapropriação de terras.

O objetivo era marchar por sete dias até Belém e pedir a desapropriação da Fazenda Macaxeira, em Curionópolis, então ocupada por mais de 3 mil famílias sem terra.

O então governador Almir Gabriel (PSDB) havia dado ordem para que a Polícia Militar desbloqueasse a via, e cerca de 200 policiais foram enviados ao local. Mário Pantoja era o comandante da operação.

De acordo com os sem-terra ouvidos pela imprensa na época, os policiais cercaram o local e já chegaram lançando bombas de gás lacrimogêneo.

19 pessoas foram assassinadas

O médico legista Nelson Massini, que realizou a perícia dos corpos, disse que pelo menos dez vítimas foram executadas à queima-roupa, com tiros pelas costas ou na cabeça. Outros sete lavradores foram mortos pelos próprios instrumentos de trabalho, como foices e facões.

Um deles teve a cabeça esmagada. Além dos 19 mortos, pelo menos 60 pessoas foram feridas, entre trabalhadores rurais e PMs.

O comandante da operação, coronel Mário Colares Pantoja, foi afastado no mesmo dia, e chegou a ficar 30 dias em prisão domiciliar, determinado pelo governador, mas depois foi liberado.

Três anos depois, em 1999, o coronel, o major José Maria Oliveira e o capitão Raimundo José Almendra foram absolvidos pelos jurados por "falta de provas". No entanto, no ano seguinte o Tribunal de Justiça anulou a decisão.

 

Fonte: Amazonia (ORM)

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