MENU
Polícia resgata mulher mantida em 'quarto do terror' pela própria filha
16/12/2020 20:14 em Notícias

 

“Nua, misturada com fezes, urina e insetos”, assim a delegada descreveu a cena em que a vítima foi encontrada

Por Ronaldo Modesto

 

Ao ser resgatada, a vítima, que sofre de esquizofrenia, não consegui ficar em pé, estava desnutrida, magra e desidratada

 

Uma mulher de 43 anos, mantida em situação de cárcere privado pela própria filha, foi resgatada pela Polícia Civil em Parauapebas, no sudeste do Estado. De acordo com a delegada Ana Carolina Carneiro de Abreu, a vítima estava nua, deitada em uma cama imunda em um cômodo coberto de restos de comida, sem iluminação e sem acesso a áreas externas.

 

“As baratas começaram a sair pela porta, tentei acender a luz e não tinha luz, falei para abrir a janela e não tinha como abrir porque ela (a filha) colocou tábuas de madeira, lacrou a janela. A mãe não tinha acesso à luz do dia e nem à luz artificial, estava em uma situação que chorei; não tive condições de entrar. Estava deitada no colchão, sem lençol, nua, misturada com fezes, urina, insetos, cheia de bolachas de água e sal que acho que era a única coisa que ela se alimentava. No chão tinha urina, fezes, sujeira, garrafas pet”, relembra a delegada.

 

A polícia chegou ao local por meio de uma denúncia anônima de que uma senhora estava sendo mantida em cárcere privado no Residencial Alto Bonito. Vizinhos ainda teriam confirmado à delegada, que em dois anos e meio a vítima foi vista saindo da casa uma única vez. “Perguntou onde ela iria levar a mãe e ela falou que o cartão da aposentadoria tinha sido bloqueado e que ela ia levar a mãe resolver; ou seja, ela usava o dinheiro dessa mãe”, disse Ana Carolina

 

Ao ser resgatada, a vítima, que sofre de esquizofrenia, não consegui ficar em pé, estava desnutrida, magra e desidratada. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e a mãe encaminhada para o Hospital Geral de Parauapebas, onde a equipe de assistência social tenta contato com outro filho dela ou demais familiares.

 

Segundo a autoridade, Suzana prestará depoimento e será inicialmente autuada em flagrante pelos crimes de cárcere privado, maus tratos, abandono material e exposição da saúde a perigo. “Nem local de crime de homicídio me deixou chocada como fiquei vendo uma mãe sendo tratada nessas condições”, observa.

 

No local também estava a filha de Suzana, de apenas 5 anos, que foi encaminhada ao Conselho Tutelar. A criança, afirma a delegada, estava bem vestida e alimentada, sem sinais de maus tratos. “O quarto delas era normal, com luz e claridade. Ela deixava era a mãe abandonada e que ia morrer à míngua se os vizinhos não denunciassem”, conclui.

Fonte: Correio dos Carajás

 

COMENTÁRIOS