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Mulher que mantinha mãe em cárcere privado tem prisão preventiva decretada
18/12/2020 22:14 em Notícias

 

Suzana do Nascimento Rocha, de 25 anos, havia sido detida em flagrante no município de Parauapebas, no sudeste paraense

 

Ana Carolina Matos

 

A mulher que mantinha a própria mãe em cárcere privado em Parauapebas, no sudeste paraense, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva. A decisão é da juíza Rafaela de Jesus Mendes Morais e foi protocolada durante uma audiência de custódia nesta quinta-feira (17).

Suzana do Nascimento Rocha, de 25 anos, foi detida por manter a mãe, uma mulher de 43 anos com histórico de esquizofrenia, em um quarto sujo, sem alimentação adequada e em situação degradante

 

A defensora pública Kelly Aparecida Soares pediu a liberdade provisória da acusada alegando a falta de antecedentes criminais e a violência abstrata do caso.

O pedido, entretanto, foi negado pela magistrada, que ressaltou que diante da análise dos autos, "está presente a gravidade concreta do crime cometido, sendo inviável a concessão de sua liberdade precoce".

 

Em outro trecho da decisão, a juíza ressalta que "segundo o que consta nos autos, a vítima era mantida durante o período de dois anos em quarto escuro, em meio à fezes, baratas, e sem alimentação adequada, sendo encontrada nua, desnutrida e delirando, hipótese em que requer do Estado maiores cautelas na concessão de liberdade, justamente para evitar a reiteração da conduta", somado ao fato de que "a flagrada é acusada, também, de subtrair da vítima o benefício a que tem direito, deixando-a em condições sub-humanas".

 

O caso

 

Uma mulher de 43 anos foi resgatada pela Polícia Civil em Parauapebas, no sudeste paraense, na última terça-feira (15).

Segundo informações da delegada Ana Carolina Carneiro de Abreu, titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM), a vítima foi encontrada nua, deitada em uma cama imunda de um cômodo escuro, com restos de comida e cercada de fezes, urina e baratas.

 

Uma denúncia anônima sobre a situação da vítima resultou na intimação de Suzana Rocha à comparecer na delegacia. No local, a mulher teria tentado evitar que as autoridades policiais fossem até a residência da família, sob a justificativa da mãe estar sem roupa. Com insistência, os policiais foram até o local e perceberam "uma verdadeira cena de terror".

A vítima não recebia alimentação adequada, estava desnutrida e mal conseguia se manter de pé. Na ocasião, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado e a mulher encaminhada para o Hospital Geral de Parauapebas, onde recebeu atendimento.

 

A acusada também tem uma filha de cinco anos, que foi encaminhada ao Conselho Tutelar. Ao contrário da genitora da acusada, a menina passa bem e não tem sinais de maus tratos.

 

Fonte: O Liberal

 

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