Conta-covid, com valor máximo de R$ 16,1 bilhões, foi oferecida ao setor elétrico pelas instituições financeiras

Por Ueslei marcelino / Reuters

A tarifa de transmissão de energia elétrica, um dos quesitos que formam o valor total da conta de luz, teve aumento médio de 26,6% no Brasil, estabelecido em julho de 2020 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para as empresas transmissoras. Enquanto em algumas unidades da Federação o consumidor final receberá o acréscimo no ano que vem, a partir do reajuste anual de cada distribuidora local, no Pará a mudança já foi incorporada no reajuste médio de 2,68% nas contas, em agosto deste ano.

A Aneel afirma que o aumento teria sido maior, em 6,03%, não fossem políticas implementadas em razão da pandemia.

“O empréstimo da Conta-covid proporcionou o amortecimento dos índices de reajuste a serem percebidos nas contas dos consumidores paraenses. Somente a chamada Conta-covid contribuiu para amenizar o impacto do reajuste em -6,03%”, afirma a coordenação de comunicação da Aneel.

A política de empréstimo, implementada em 23 de junho deste ano, a partir do decreto n° 10350/2020, buscou combater os efeitos financeiros que a pandemia do novo coronavírus trouxe para as empresas do setor elétrico, já que a inadimplência dos consumidores aumentou e o consumo de energia teve queda.

“As pessoas ficaram mais em casa, mas estabelecimentos como shoppings, que são grandes consumidores de energia, tiveram queda. As distribuidoras ficaram preocupadas, porque compram energia a longo prazo e não teriam como vender, com a baixa do consumo”, complementa a Aneel.

A Conta-covid com valor máximo de R$ 16,1 bilhões, oferecida ao setor elétrico pelas instituições financeiras, deverá ser paga em até 60 meses desde a contratação do valor, feita neste ano.

“Enquanto, de um lado, a receita das empresas do setor elétrico caiu, de outro elas possuem obrigações financeiras em grande medida fixas, especialmente no curto prazo. Portanto, além dos consumidores, o empréstimo ajudou as empresas a se manterem financeiramente e operacionalmente durante este período de queda de receita”, demarca ainda a agência