MENU
Pará registrou 632 casos de pessoas desaparecidas em 2020
08/02/2021 18:48 em Notícias

Ananindeua, Belém, Marabá, Parauapebas e Redenção são os municípios com maior número de registros, segundo a Segup

Ter um familiar desaparecido, não receber notícias e nem pistas da localização, não saber se o ente querido está vivo ou morto é uma angústia vivenciada por centenas de pessoas no Pará todos os anos.

De acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup), só no ano passado foram registrados 632 casos de pessoas desaparecidas no Estado. Mas, apesar dos números expressivos, de acordo com o órgão, os dados representam uma redução de 31% de desaparecimentos quando comparados com o ano de 2019, que teve um registro de 921 ocorrências.

Dentre as cidades que mais registraram este tipo de ocorrência estão Ananindeua, Belém, Marabá, Parauapebas e Redenção, conforme o levantamento da Segup. Os bairros e números de ocorrências por localidade e municípios, entretanto, não são divulgados para não estigmatizar áreas e até atingir a autoestima dos moradores, conforme explicou o órgão de segurança.

No Pará, a Polícia Civil divide os casos de desaparecimentos em dois grupos: ocorrências com adultos e com crianças e adolescentes. Os casos de desaparecimento de crianças e adolescentes são encaminhados para a Divisão de Atendimento ao Adolescente (DATA), que fica responsável pelas apurações. Já as ocorrências com pessoas adultas são investigadas pela Delegacia de Pessoas Desaparecidas.

Titular da Delegacia de Pessoas Desaparecidas, a delegada Mária Lúcia dos Santos traçou um perfil das principais ocorrências registradas. "Quando se trata de pessoas adultas, na faixa de 40 para frente, a gente tem como causa do desaparecimento uma associação com doenças. Pode ser uma doença neurológica, psicológica, é quando nós temos uma grande incidência dessas pessoas.

Um público mais jovem, de 18 a 28 anos, muitas vezes vai para festa, vai para casa de algum amigo, não avisa e deixa a família preocupada, tem essa falta de cuidado de avisar os familiares. É mais ou menos esta subdivisão dos principais casos", explicou.

Nos casos de desaparecimentos que resultam em descobertas de crimes, como homicídio, por exemplo, as ocorrências são encaminhadas para outras instituições de segurança pública para andamento das investigações, dependendo da localidade.

"Alguns casos ficam conosco e alguns ficam nas suas respectivas unidades devido às dimensões territoriais. Normalmente a delegacia das localidades acabam assumindo e fazendo a apuração dessa situação", afirmou a delegada. 

ORIENTAÇÕES

A delegada explica o que deve ser feito logo após a confirmação do desaparecimento de um parente.

"O familiar percebeu que aquela pessoa ia retornar tal hora, não voltou, ele começa a fazer um retrospecto: onde o parente foi, com quem foi, com quem pode estar, liga para os amigos. Esgotou todas essas possibilidades, o familiar deve se dirigir a uma delegacia. Não tem e nunca teve essa história de que precisa esperar 24h. Não existe esse prazo. Percebeu que a pessoa está desaparecida, vá logo a uma delegacia munido com uma foto da pessoa, com informações que possam nos auxiliar. É importante conseguir o máximo de informações: se a pessoa saiu com celular, com valores, se ela estava bem no sentido psicológico, se pretendia viajar, se estava passando por um problema, etc. A gente preenche todo um questionário para que a gente possa ter um entendimento", detalhou a delegada.

As primeiras ações adotadas pela Polícia Civil para tentar obter informações são as verificações nos sistemas institucionais do Estado, como delegacias, para checar se a pessoa desaparecida está presa; Instituto Médico Legal (IML), para ver se há no local algum corpo com as características da pessoa procurada, e hospitais de grande porte de urgência e emergência.

"Se a gente não conseguir nada nesses locais, a gente faz a ocorrência e começa a trabalhar no que a família nos relatou. "A partir do momento que se confirma que a pessoa não está em nenhum desses locais, a nossa ferramenta é a ampla divulgação em todos os canais de comunicação, redes sociais, mídias, jornais", completa.

 

Fonte: O Liberal

COMENTÁRIOS