Delegacia de Homicídios de Parauapebas assume investigação de duplo homicídio de 2023 ocorrido em Canaã dos Carajás

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Transferência do caso para a Delegacia de Homicídios de Parauapebas
Dois anos após o assassinato dos irmãos Gabrielle Souza Mota, de 25 anos, e Andrey Pereira Mota, de 31, a investigação do duplo homicídio registrado em Canaã dos Carajás, no sudeste do Pará, entra em uma nova fase.
A Delegacia de Homicídios (DH) de Parauapebas assumiu oficialmente o inquérito que apura o crime ocorrido na madrugada de 28 de outubro de 2023.
A transferência do caso representa uma mudança estratégica na condução das investigações e ocorre após a instalação da Superintendência Regional da Polícia Civil em Parauapebas, estrutura que ampliou a atuação da corporação no sudeste paraense e passou a centralizar investigações de maior complexidade.
Nova fase da investigação
Com a entrada da Delegacia de Homicídios de Parauapebas, especializada em crimes contra a vida, a Polícia Civil deixou de conduzir a apuração exclusivamente em âmbito local e passou a contar com uma equipe técnica dedicada à reanálise do caso.
Segundo fontes ligadas à investigação, os policiais iniciaram um pente-fino em provas, depoimentos e linhas investigativas que, à época, não avançaram.
Conforme as informações, elementos antes considerados secundários passaram a ser reavaliados, incluindo álibis, vínculos e possíveis conexões não aprofundadas no curso inicial do inquérito.
Estrutura regional da Polícia Civil e Delegacia de Homícidios
A transferência do inquérito só foi possível após a criação da Superintendência Regional da Polícia Civil em Parauapebas, responsável pelas cidades de Parauapebas, Canaã dos Carajás, Curionópolis e Eldorado dos Carajás.
A nova estrutura permite que investigações complexas sejam concentradas em unidades especializadas, como a Delegacia de Homicídios. A Polícia Civil informou que mantém as diligências sob sigilo para não comprometer o andamento das apurações.
O crime
O duplo homicídio ocorreu no estacionamento da Feira Agropecuária de Canaã dos Carajás (ExpoCanaã), após o encerramento de um show. Conforme depoimento de uma testemunha, Gabrielle conduzia um Volkswagen Polo branco, com Andrey no banco do passageiro e uma amiga no banco traseiro.
Ainda segundo o relato, um homem se aproximou do veículo, anunciou um assalto e exigiu os celulares e a chave do carro. Ao acender a luz interna para procurar o telefone, Gabrielle sofreu ameaças e, em seguida, o criminoso atirou contra sua cabeça. Logo após, o autor efetuou um disparo contra Andrey, também atingindo a cabeça da vítima.
O suspeito fugiu na garupa de uma motocicleta escura e de grande porte, levando apenas os celulares e a chave do veículo.
Indícios apurados
A perícia apontou que os disparos foram feitos com um revólver calibre .38. Já outro dado relevante é que os pneus do lado do motorista estavam esvaziados, o que, para os investigadores, indica possível premeditação.
O inquérito também registrou que o local do crime não possuía câmeras de segurança. No entanto, imagens obtidas junto à Secretaria Municipal de Segurança Pública Viária (SEMSPUV) mostraram três motocicletas circulando nas proximidades entre 4h25 e 5h31. Segundo os autos, a Polícia não ouviu os proprietários dos veículos à época.
Questionamento da versão inicial
Porém, a família das vítimas contesta a hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte). Sendo assim, para Celma Mota, mãe de Gabrielle e Andrey, a dinâmica do crime aponta para uma execução.
Segundo ela, o autor não levou outros bens de valor, como o veículo, dinheiro e joias, o que reforça a desconfiança quanto à motivação inicialmente apresentada.
Histórico do inquérito
Nesse sentido, o caso vinha sendo conduzido pelo delegado Luca França da Costa Soares, que assumiu o inquérito em abril de 2024, após a transferência da delegada Isabella de Luca Martines para Parauapebas. Desde então, houve sucessivos pedidos de prorrogação de prazo, sem conclusão das investigações.
Logo, com a assunção do caso pela Delegacia de Homicídios de Parauapebas, a expectativa da família é que o crime seja esclarecido e os responsáveis identificados e responsabilizados.
Impacto familiar
Além disso, a Polícia Civil informou que novas informações sobre o caso serão divulgadas oficialmente após a conclusão de diligências consideradas essenciais para o avanço da investigação.
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