Pará bate recorde na balança comercial e amplia presença no mercado global com exportações.

Foto: Divulgação/Vale

Pará se destaca no comércio exterior com crescimento nas exportações e diversificação de produtos

Para Cassandra Lobato, coordenadora executiva do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA), os dados recentes confirmam a relevância do estado no cenário do comércio exterior. “Mesmo diante de obstáculos como crises políticas, pandemia e tensões comerciais internacionais, o Pará alcançou, entre janeiro e março deste ano, o melhor desempenho de sua balança comercial em uma década. Isso reflete a força dos nossos exportadores e o potencial de crescimento da economia local”, avalia.

Avanços na diversificação e no desempenho por setores

Um dos pontos positivos do primeiro trimestre foi o crescimento de 16,10% na variedade de produtos exportados, saltando de 764 para 887 NCMs entre 2024 e 2025. Cassandra destaca que esse aumento indica um avanço importante na diversificação da pauta exportadora. “Conseguimos reverter a queda registrada no ano passado, mostrando que o estado está se inserindo em novas cadeias globais e acessando mercados variados”, explica.

Embora os produtos minerais sigam como carro-chefe, respondendo por 87% das exportações, o minério de ferro, principal item, sofreu uma redução de 26,63%, impactado pela desaceleração do setor imobiliário na China. Ainda assim, outros produtos minerais registraram crescimento significativo: alumina calcinada (105,62%), minério de cobre (36,85%) e alumínio não ligado (53,24%).

Produtos agropecuários ganham espaço no mercado internacional

Além do desempenho mineral, o destaque também vai para os chamados produtos não tradicionais, especialmente do setor agropecuário. As exportações de bovinos vivos dispararam 174,74%, com o Egito liderando como país comprador. Da mesma forma, a carne bovina também teve desempenho positivo, com alta de 24,72%, impulsionada pela demanda chinesa.

Além do mais, Cassandra ressalta a expansão de nichos como o de sucos de frutas — com destaque para o açaí — e de especiarias, como a pimenta-do-reino. “Tivemos um aumento de 53,48% nas exportações de pimenta, o que evidencia o potencial da agroindústria paraense em mercados como Estados Unidos e Alemanha”, diz.

Projeções positivas para o futuro

Diante do desempenho robusto do primeiro trimestre, as perspectivas para os próximos meses são animadoras. “A tendência é de estabilidade nos volumes exportados, com chances reais de crescimento. A relação sólida com o mercado asiático e as mudanças nas cadeias globais podem ampliar ainda mais as oportunidades para o estado”, afirma a coordenadora.

Nesse cenário, Canaã dos Carajás foi um dos grandes destaques, figurando entre os seis maiores exportadores do país, graças às vendas de minério de ferro e cobre. Além disso, Barcarena, Parauapebas, Marabá e Itaituba também se destacaram entre os municípios com maiores volumes exportados.

Por fim, Cassandra reforça que os resultados são promissores, entretanto, é necessário continuar avançando. “Com mais investimentos em infraestrutura logística, inovação e redução da burocracia nos processos de comércio exterior, o Pará tem tudo para consolidar sua posição estratégica no mercado internacional”, conclui.

Fonte: Pebinha de Açucar