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Reservas de minério em Parauapebas se esgotarão em até 20 anos, aponta projeção da Vale.

Written by on 23 de abril de 2025

Reservas de minério em Parauapebas se esgotarão em até 20 anos, aponta projeção da Vale.

O fim de da Mina de Carajás.

Foto: Divulgação/Vale


Vale prevê exaustão das minas de Parauapebas até 2045

A mineradora Vale divulgou, em seu relatório anual mais recente, a previsão de esgotamento das reservas de minério de ferro em Parauapebas até o ano de 2045. A projeção inclui as minas atualmente em operação (N4 e N5), além das áreas previstas para exploração (N1, N2 e N3) e os rejeitos armazenados na barragem do Gelado. Segundo a empresa, trata-se da estimativa mais precisa já realizada sobre a região.

Relatório considera pela primeira vez os rejeitos do Gelado

Além disso, as informações foram obtidas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu, que analisou o relatório de 226 páginas apresentado à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos. Pela primeira vez, a Vale incluiu os rejeitos da barragem do Gelado nas reservas minerais, ampliando a vida útil das operações na região

Operações garantem produção por mais duas décadas

Embora o início da exploração das minas N1, N2 e N3 esteja previsto para 2025, a Vale estima que as reservas atuais são suficientes para sustentar a atividade por, no máximo, 20 anos. Por outro lado, caso a produção continuasse baseada apenas nas minas N4 e N5, o esgotamento ocorreria em cerca de uma década. A nova projeção atualiza o prazo anteriormente estimado para 2034.

Queda na produção pode antecipar esgotamento

A velocidade atual de produção, de 88,2 milhões de toneladas métricas por ano — a menor da última década em Parauapebas — pode levar à exaustão das reservas antes do previsto. A empresa estima um total de 1,568 bilhão de toneladas de minério na Serra Norte, incluindo os 111 milhões de toneladas da barragem do Gelado. Em comparação, a Serra Sul, em Canaã dos Carajás, possui 3,402 bilhões de toneladas nos blocos C e D.

Impacto fiscal preocupa autoridades locais

O encerramento gradual das operações terá efeitos significativos sobre a arrecadação de Parauapebas, com queda esperada nos repasses de royalties (Cfem), ICMS e ISS. O período mais crítico deve ocorrer entre 2028 e 2034, com o fechamento das minas N4E, N4W e N5. Especialistas apontam que a receita com mineração poderá cair para menos da metade do valor atual.

Canaã dos Carajás desponta como novo polo minerador

Enquanto Parauapebas se aproxima do fim do seu ciclo mineral, Canaã dos Carajás se consolida como a principal aposta da Vale para as próximas décadas. A empresa prevê operações até 2068 nos blocos C e D do corpo S11 e avalia futuras explorações nos blocos A, B e na Serra do Rabo. O valor estimado das reservas da região supera R$ 21,7 bilhões, ante R$ 15,3 bilhões em Parauapebas.

Investimentos priorizam Canaã e Marabá

Dos R$ 70 bilhões anunciados pela Vale e pelo Governo Federal para investimentos “na região”, a maior parte será destinada à ampliação do complexo S11D, em Canaã, e à mina de cobre Salobo, em Marabá. Parauapebas, por sua vez, contará com projetos já existentes, sem grandes perspectivas de expansão econômica ou geração de empregos.

Mudança de protagonismo no setor mineral

Com a transição em curso, Canaã dos Carajás tende a assumir o protagonismo da produção mineral brasileira, enquanto Parauapebas enfrenta o desafio de readequar sua economia ao novo cenário. O município, que por décadas liderou o setor, caminha agora para o encerramento de um ciclo.

Fonte: Zé Dudu


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