Tremores de terra 4.3 no Projeto Salobo levantam alerta sobre atividade sísmica em Parauapebas
Written by Henrique Gonzaga on 10 de julho de 2025
Tremores de terra 4.3 no Projeto Salobo levantam alerta sobre atividade sísmica em Parauapebas
Tremores de terra no Projeto Salobo
Na madrugada desta quinta-feira (10/07), funcionários que atuam no Projeto Salobo, localizado na zona rural de Parauapebas (PA), relataram dois fortes tremores de terra durante o turno noturno. Segundo os trabalhadores, os abalos causaram susto e preocupação. Alguns funcionários sentiram um novo tremor por volta das 6h47 da manhã e o descreveram como uma grande explosão.
Laboratório de Sismologia da UFRN detectou os tremores de terra
Diante da repercussão, a sismóloga e diretora da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) em Parauapebas, professora Rosana Luz, comentou o caso. Segundo ela, desde o dia anterior o Laboratório de Sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) já havia detectado os eventos na região e a procurado por estar residindo no município.
Possíveis causas e histórico na região
“Temos registrado eventos com alguma frequência em Parauapebas nos últimos 2 a 3 anos, embora ainda seja uma área pouco estudada. Não se pode afirmar que a causa seja a mineração. Pode ser um fenômeno natural, ligado à geologia local, ou também relacionado a alguma atividade humana. Só um estudo técnico detalhado pode esclarecer com precisão”, destacou a professora.
Ademais, a sismóloga explica que o Brasil possui várias áreas sismicamente ativas como o Nordeste, Minas Gerais e São Paulo e que Parauapebas vem entrando nesse mapa nos últimos anos. Além disso, ela também menciona a existência de uma falha geológica em Canaã dos Carajás, que pode ou não se estender até a região do Salobo.
Falta de monitoramento contínuo dificulta diagnóstico
Portanto, ainda segundo Rosana Luz, a Vale mantém uma rede de estações sismográficas na região, e há registros de parcerias com a Universidade de São Paulo (USP) para coleta de dados. Contudo, ela afirma que a ausência de monitoramento contínuo dificulta a compreensão exata do fenômeno:
“O que temos são registros pontuais, mas é preciso estações fixas e estudos aprofundados para entender o que está realmente acontecendo.”
Orientações em caso de novos tremores
Logo, a especialista também deixou orientações aos trabalhadores:
“Eventos de magnitude 4.2 ou 4.3 já são bastante sentidos. Se houver novos tremores, é importante sair com calma do local e buscar segurança, sem pânico. Geralmente esses abalos não passam dessa magnitude, mas a atenção é essencial”, afirmou.
Posicionamento da Vale
Em nota oficial, a mineradora Vale S.A. informou que todas as instalações do Projeto Salobo foram construídas conforme normas técnicas e com base em estudos sismológicos. A empresa afirmou ainda que realiza monitoramento 24 horas por dia, além de vistorias regulares em todas as estruturas, incluindo prédios e barragens. De acordo com a companhia, todas as estruturas estão estáveis.
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