Exportações de Parauapebas desaceleram em Janeiro.
Written by Henrique Gonzaga on 11 de fevereiro de 2025
Exportações de Parauapebas desaceleram em Janeiro.

Foto: Divulgação/Vale S.A
Queda nas Exportações de Parauapebas
Parauapebas enfrentou uma diminuição nas exportações provenientes de seu território. Dados divulgados no último fim de semana pelo Ministério do Desenvolvimento indicam que, em janeiro, as transações comerciais do município caíram 30,9% em relação ao mesmo período de 2024. Essa é uma das maiores quedas na história econômica da cidade, conforme informações coletadas pelo Blog do Zé Dudu.
A acentuada redução, resultante de uma produção de minério de ferro cada vez mais limitada, reflete a diminuição da relevância de Parauapebas na balança comercial do Brasil. O município, que foi líder em exportações no país por vários meses, terminou janeiro na 7ª posição nacional, com 438,63 milhões de dólares negociados em 2025, em comparação a 634,74 milhões de dólares no início do ano passado.
As exportações de Canaã dos Carajás também apresentaram uma queda em janeiro, de 9,14%. No entanto, a redução em Canaã foi menor do que a de Parauapebas, que, como resultado, exportou mais e ocupou a 3ª posição no ranking nacional. Canaã registrou embarques de 545,92 milhões de dólares no primeiro mês deste ano, em comparação a 600,84 milhões de dólares no início de 2024.
Guerra Mineral
Canaã dos Carajás destacou-se em janeiro na produção e exportação de minério de ferro. O município exportou 6,88 milhões de toneladas (Mt) dessa commodity, gerando uma receita de 492,57 milhões de dólares. No ano anterior, embora tenha exportado menos toneladas (5,63 Mt), o faturamento foi maior (543,7 milhões de dólares), o que indica uma queda nos preços do minério de ferro no início deste ano.
Por sua vez, Parauapebas produziu e enviou 6,13 milhões de toneladas de minério, totalizando 438,63 milhões de dólares, um valor inferior ao registrado no ano passado, quando 6,57 Mt renderam 634,55 milhões de dólares. É importante notar que, em janeiro de 2024, o preço médio da tonelada de minério foi de 135 dólares, enquanto em janeiro de 2025 caiu para 100 dólares, o que ajuda a explicar a diminuição nas exportações.
Consequências econômicas
Os volumes de produção em declínio indicam, portanto, dois sinais preocupantes para a Capital do Minério: uma queda imediata (com impacto em até dois meses) na arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) e, além disso, uma redução no médio prazo (com efeitos em dois anos) na receita do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Com base nos dados de exportação de janeiro de Parauapebas, o Blog estimou que a Cfem a ser recebida em março, proveniente da produção de minério de ferro, será inferior à deste mês. Assim, a previsão é de que a Prefeitura de Parauapebas receba entre R$ 55 milhões e R$ 60 milhões em Cfem no próximo mês. Se esse valor se confirmar, será, sem dúvida, um dos menores dos últimos 12 meses.
Em relação ao ICMS, a redução na produção física quase sempre resulta, consequentemente, em uma desaceleração na movimentação de mercadorias e serviços relacionados à exploração mineral. Quando essa diminuição ocorre, há, portanto, uma queda no valor adicionado fiscal, que é a base para o cálculo do imposto.
Desafios Econômicos de Parauapebas
Além disso, Parauapebas não está vivendo um bom momento econômico, o que é preocupante para as finanças locais. O mais alarmante é que os efeitos negativos desses números não se manifestam imediatamente, levando, assim, muitos gestores a subestimar os alertas contidos nos indicadores. O fato gerador do ICMS, por exemplo, ocorre dois anos antes de o imposto ser efetivamente pago aos municípios. Ademais, a arrecadação do ICMS em Parauapebas; independentemente da intervenção do Governo do Estado e da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa); está prestes a cair, e isso não deve demorar. Resta saber, portanto, se a Capital do Minério estará pronta para enfrentar os desafios que historicamente ignora nas entrelinhas.
Fonte: Blog Zé Dudu